sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Se pudesses...


Se me pudesses ouvir...
Se me pudesses ver...
A chorar neste comboio, coberto pela escuridão, fatigado pela confusão... onde as converças são apenas barulhos de fundos, e cada olhar meu, uma tentativa de tentar compreender o que sentem estas pessoas que me rodeiam.
Se me pudesses ouvir... se pudesses... entrar no meu pensamento.
Um olhar para uma rapariga, dúvidas, incertezas, desejos e olhares estranhos... e levo à morte a minha alma calorosa, que se tende em perder pelos corredores deste comboio.
Como um cego, um surdo, que apenas pode sentir o mundo. Mas eu sou alguém, que pode ver e deslumbrar, imaginar vidas e sonhos, sentimentos de um, afinal, pequeno ego. Mas não posso sentir. Não sozinho.

Se te pudesse tocar...
Se te pudesse abraçar...
Sentar-me junto a ti, desconhecida, que aparenta mais do que um cabelo e umas roupas bonitas. Tu, de quem desconheço dos dedos, e apenas posso especular... onde o meu olhar te come... mas não é mais, do que um olhar envergonhado e de insegurança. Uma incerteza que me enche de negativismo.

Se eu tivesse alguém de quem cuidar...
Se eu tivesse alguém de quem gostar...
Fechado, sozinho e solitário... um cão abandonado que chora com medo a um canto da jaula.
Gostava de um dia te ter comigo, sentir-te e saber então, de que existes.
Quero chorar por estares longe, por ter saudades da tua voz e da tua maneira inteligente de ser... não quero chorar, por saber que não existes...

Quando morrer, quero-te ver chorar, para que saibas porque chorei, quando morri.
Chorarei os sonhos que nunca tive.

3 comentários:

  1. E quando se sente a alma em cada pedaço de palavra. Simplesmente não há palavras.

    (;

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  2. muito sentimental, sem dúvida.:)
    a quem tenha muito talento para escrever, e tu és uma dessas pessoas..=p
    e já agora a "pessoa" é uma sortuda..xD

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  3. A "pessoa", não existe. :)
    E nunca existirá... aparentemente.

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