domingo, 18 de janeiro de 2015

O ar que nos entra sai em suspiro...


Nós somos a luz que cai do negro céu,
Nós somos a morte que brota do chão,
Nós somos a criatura que respira,
Somos o filho do tempo,
Somos o sangue da vida,
Somos a pegada do futuro,

Criámos a arte e com ela a memória,
Ensinámos o dialecto antigo e com ele os negócios,
Lascámos a pedra e com ela a morte de todas as coisas,

Vem-te a nós, reino de Deus,
Ajoelhai perante nós, criaturas da evolução,
E esfuma-te deste espaço que nos pertence,
Desta luz que brilha mas não sentes,
Deste espaço negro que nos aprisiona a mente,
Deste tempo que nos dá provas da Nossa existência.

O suspiro apodrecido,
Rasga ossos e pele,
Escama sonhos e desejos,
Cobrindo-nos os pés de mármore.

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