quinta-feira, 25 de dezembro de 2014

As saudades de um tempo...



Crepitava a lareira quente e confortável, aos pés de um sofá ocupado por um homem de grandes barbas brancas. De cachimbo na boca, respirava levemente, apreciando o momento que se fazia acompanhar pelos seus dois netos, um casal de gémeos, tímidos e aventureiros, mas naquele preciso momento, olhavam o seu avô com muita atenção, à espera de mais uma história mágica com um moral que levariam para sempre nas suas mentes.
O fogo dançava, sobre o olhar do velho cansado que descansava os olhos daquele fatídico dia de prendas e surpresas. As crianças olharam-se entre si e, sem exigir histórias ou atenção, deixaram-se levar pela lareira que o seu avô acendera logo pela manhã, para aquecer a casa, de troncos grandes e secos; O aconchego daquele quadrado reluzente, que iluminava uma sala quase às escuras, levava a sua mente a imaginar contos e fábulas, lidos pelos seus pais à hora de dormir.
Não havia televisão, telemóveis, consolas de jogos ou tablets. Aquele pai natal, mesmo que cansado e parcialmente barrigudo, proporcionava-lhes uma diversão que anos mais tarde lhes chamariam: Nostalgia.

O poder mais forte que existe! Não há amor que se equipare, perfumes ou músicas que tenham a mesma força quando usadas sozinhas. A nostalgia, as nossas recordações de infância, são o ponto máximo do nosso amor, do nosso desejo, na futura educação aos nossos filhos, e o respeito pelos sentimentos e memórias dos outros.
As saudades de um tempo... em que o pouco valia tanto!

1 comentário:

  1. Também tenho saudades desse tempo... Em que uma conversa cara a cara superava qualquer outro tipo de ligação.

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