domingo, 23 de junho de 2013

O fogo esquecido...

[ovni prehistory - Autor desconhecido]

Uma descoberta esquecida, torna-se um dado adquirido. Deixa de ser analógico para se tornar digital. Deixa de ser força física, para se tornar num motor de rotação. Deixa de ser um pau e algumas pedras, para passar a ser uma lança e mais tarde uma metralhadora. Deixa de ser um sonho ou fantasia, para se tornar num avião comercial ou bombardeiro.
Esquecemos as origens, perdemos a capacidade e o engenho de re-criar o que já foi feito e aperfeiçoado durante milhares de anos. As pessoas de hoje não querem pensar no passado e na lentidão a que o mundo funcionava, querem pensar no futuro, querem pensar no agora, querem tudo acessível, rápido e fácil.
Os porta-aviões da marinha americana, funcionam com energia nuclear e estão capazes de permanecer no alto mar, sem reabastecer, durante 80 anos com apenas um grão de plutónio (se não estou em erro). Ainda que a energia seja, de certa forma, "infinita", possuem uma mesa repleta de aviões, que actualizam constantemente cada vez que existe alguma mudança no convés. A razão é simples. Se faltar a energia, não ficam às cegas para controlar o convés. A energia analógica, hoje em dia, é desvalorizada com uma rapidez e tamanha chapada, que me deixa triste e assusta, pois perde-se algo que era incrível, que é diferente e que foi a origem. Não digo para permanecermos a usar certas coisas "antiquadas" e "desactualizadas" do contexto tecnológico em que vivemos hoje em dia, mas que nos relembremos do que foram e de como foi viver nesse tempo. Num tempo sem internet, sem CDs, sem computadores, sem telemóveis, sem televisão a cores.
Na escola, aprendemos as coisas desde a sua origem, por exemplo: Na matemática aprendemos a dividir, a multiplicar, a somar e a sobressair, e para isso usamos o papel, à medida que avançamos na matéria, os problemas tornam-se difíceis, e ao invés de descrevermos passo por passo como se resolve um problema, saltamos-os, omitimos-os, torna-se parte do processamento cerebral, parte de nós. No entanto, precisámos do básico. Um pouco também como acontece na informática, em que estudamos como tudo funciona por baixo. Algo que adorei aprender, foi como surgiu o primeiro disco rígido do mundo.


Nesta imagem, posso ver várias coisas. Obviamente para além do excelente desenho e conceito, é uma informação que pode ser vista de duas perspectivas. A primeira que me me sobressaiu, foi a do hominídeo mostrar aos extraterrestres como se fazia o fogo, os primórdios da civilização e a nossa primeira grande tecnologia/descoberta que mudou o rumo e a face da terra, desde as paisagens aos animais. Os extraterrestres, com toda a sua tecnologia futurista, sabiam o que era o "fogo", mas esqueceram-se de como o fazer, desacreditaram na veracidade dos documentos criados e partilhados pelos seus antepassados. Costuma-se dizer que uma fogueira aproxima as pessoas. Na antiguidade era um local rico em histórias, aventuras e experiências de vida, em que se partilhava e se socializava, se descansava mas onde também se ouvia.
A outra perspectiva, faz-me lembrar o filme "2001: A Space Odyssey" e o enorme monólito preto. Os extraterrestres ensinam de forma social, através de uma interacção física e psicológica, a criação do fogo. Ensinam-lhes a "descobrir" o calor que os irá manter vivos durante milhões de anos e até mesmo, ajudar a caçar e a mudar a face do próprio planeta, como já referi acima.
No entanto, nem todo o progresso é bom, como é abordado no documentário "Surviving Progress" (video).

O fogo foi esquecido, trocado, atraiçoado. Tornou-se na facilidade de um isqueiro e em mitos de tecnologias ancestrais. Estamos a perder mais do que a ganhar.
"Os Superficiais - O que a internet está a fazer aos nossos cérebros" de Nicholas Carr.

"Tudo é uma versão de alguma outra coisa."

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