domingo, 30 de junho de 2013

Junta-te à festa...



As conversas dominavam o ambiente onde o medieval se cruzava com o moderno. Como um chilrrear indistinto na natureza, ouviu-se tocar uma flauta. Devagar aquelas notas caminharam por toda a feira, até que o seu som se agarrasse ao silêncio, convidando-o para o seu banquete.

As crianças saltavam, rodopiavam, e nas caras dos espectadores despia-se o sorriso da timidez, que espalhava como um grande bocejo enquanto a cabeça começava a abanar ao ritmo da pandeireta.
Os pés trauteavam o chão levantando poeira, obrigando o mundo a mover-se com eles. Ouviam-se palmas e gritos de "yha!".
Um aglomerado de pessoas que se juntou "só por um bocadinho", criou uma festa, uma dança caótica de abraços e braços entrelaçados, saias no ar e cabelos ao vento. A emoção e os risos contagiavam tudo e todos e ninguém conseguia ficar parado. As cores vibrantes, os olhos brilhantes e o vento fresco entre as orelhas refrescava o ambiente já tão acolhedor e enraizado na nossa cultura.

Não tenhas vergonha, a festa ainda agora começou!

terça-feira, 25 de junho de 2013

O momento em que respirei pela primeira vez...


Desde o momento em que respirei pela primeira vez, os meus pulmões encheram-se de esperança. Recebi o "dom" da sobrevivência. Fui condecorado e aplaudido de entre os milhões que me acompanhavam no seu ultimo momento de vida.
Chorei, berrei, esperneei e gritei em plenos pulmões, um grito de guerra, que tinha jurado fazer-se ouvir desde o grão microscópico que me constrói e envolve. As mãos tinham força suficiente para agarrar o ar, mas também a vida, pelos colarinhos, o vento e os sentimentos. De apertar-lhe os ossos com força e mostrar o ferro de que sou feito. Os olhos castanhos comuns, iriam ver o mundo e as pessoas de uma maneira completamente diferente. As orelhitas entretiam-se com a voz de embalar da mãe, com os pijamas e o timbalalão (cabeça de cão, orelhas de gato, não tem coração).

Não sou um, são milhões, com perspectivas e objectivos diferentes. Guerreiros do passado que se preparam para a batalhada do futuro. Cada parte de mim foi desenhada para sobreviver, para lutar e trepar. Cada parte de mim é irracional, não possui tempo mas uma história. Um caos lutador que luta, que se levanta e repara. Uma sopa caótica de gerações e hereditariedades, de experiências que se juntaram numa pequena caixa. O meu corpo grita, rasga e esperneia, na tentativa de hoje conseguir agarrar a vida pelas roupas, de a apertar e segurar nos braços com convicção suficiente para a fazer perceber de que se também ela quer uma vida "fácil", que não me aperte demasiado os atacadores dos sapatos e me invoque os joelhos ao chão demasiadas vezes. Pedir ao vento para que as chapadas não sejam tão fortes e frias como as de agora. Que a natureza me deixe respirar, descansar e sonhar de alivio.

Voltar à tona de água, e sentir um fervilhar percorrer-me o corpo, como se não respirasse à centenas de anos, apesar de nunca ter esquecido como se fazia. O oxigénio apertava contra as costelas os pulmões roxos pela fome do grito da vida. Pelas ordens dos milhões de músculos, de sentir nas pernas os músculos correrem por mim, e as mãos penetrar o inimigo.

No momento em que respirei pela primeira vez, o território desconhecido e inalcançável, era irrelevante. Todos os estímulos, todas as palavras, todas as memórias, tinham um tempo de vida muito inútil. A inocência da minha mente frágil, esponja e muito carente, é agora, um caderno já velho, um pouco mal cuidado como as guerras que já combati e perdi. Tivesse eu nunca nascido, desconhecer o passado e o futuro, e o presente seria mais tolerável, mais fácil, mais interessante. A dificuldade do jogo muda. Sou eu quem o mudo, não é o mundo ou a vida, pois esses ainda os seguro com força. Acredito eu. Um ser incapaz, que até na coisa mais comum do mundo, respirar, o faz mal.
As guerras da respiração, o deslumbre ao abrir dos olhos sobre as paisagens de perder a vista e a fala, envelhecem com o tempo, escondendo-se cansados, na escuridão mais triste e sossegada das minhas conversas, das minhas memórias e experiências.

A primeira vez em que parei de lutar, percebi que não queria lutar sozinho, mas ao lado de alguém como tu, que vale a pena. Que me faz sorrir e esforçar. Agarrar nos meus sonhos como uma espada e correr pelo campo fora, de peito e cabeça erguidos. De te agarrar pela mão e criarmos juntos algo extraordinário. Porque foi no momento em que respirei pela primeira vez, que não fazia sentido viver tão longe de e sem ti. Acompanhas-me a voz e ajuízas a mente ainda criança. E se errar é uma maneira de dizeres "está atento", então direi que tens uma paciência extraordinária e uma mente ainda mais bela.


Bastou um momento para saber quem tu eras.

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Lengalengas

domingo, 23 de junho de 2013

O fogo esquecido...

[ovni prehistory - Autor desconhecido]

Uma descoberta esquecida, torna-se um dado adquirido. Deixa de ser analógico para se tornar digital. Deixa de ser força física, para se tornar num motor de rotação. Deixa de ser um pau e algumas pedras, para passar a ser uma lança e mais tarde uma metralhadora. Deixa de ser um sonho ou fantasia, para se tornar num avião comercial ou bombardeiro.
Esquecemos as origens, perdemos a capacidade e o engenho de re-criar o que já foi feito e aperfeiçoado durante milhares de anos. As pessoas de hoje não querem pensar no passado e na lentidão a que o mundo funcionava, querem pensar no futuro, querem pensar no agora, querem tudo acessível, rápido e fácil.
Os porta-aviões da marinha americana, funcionam com energia nuclear e estão capazes de permanecer no alto mar, sem reabastecer, durante 80 anos com apenas um grão de plutónio (se não estou em erro). Ainda que a energia seja, de certa forma, "infinita", possuem uma mesa repleta de aviões, que actualizam constantemente cada vez que existe alguma mudança no convés. A razão é simples. Se faltar a energia, não ficam às cegas para controlar o convés. A energia analógica, hoje em dia, é desvalorizada com uma rapidez e tamanha chapada, que me deixa triste e assusta, pois perde-se algo que era incrível, que é diferente e que foi a origem. Não digo para permanecermos a usar certas coisas "antiquadas" e "desactualizadas" do contexto tecnológico em que vivemos hoje em dia, mas que nos relembremos do que foram e de como foi viver nesse tempo. Num tempo sem internet, sem CDs, sem computadores, sem telemóveis, sem televisão a cores.
Na escola, aprendemos as coisas desde a sua origem, por exemplo: Na matemática aprendemos a dividir, a multiplicar, a somar e a sobressair, e para isso usamos o papel, à medida que avançamos na matéria, os problemas tornam-se difíceis, e ao invés de descrevermos passo por passo como se resolve um problema, saltamos-os, omitimos-os, torna-se parte do processamento cerebral, parte de nós. No entanto, precisámos do básico. Um pouco também como acontece na informática, em que estudamos como tudo funciona por baixo. Algo que adorei aprender, foi como surgiu o primeiro disco rígido do mundo.


Nesta imagem, posso ver várias coisas. Obviamente para além do excelente desenho e conceito, é uma informação que pode ser vista de duas perspectivas. A primeira que me me sobressaiu, foi a do hominídeo mostrar aos extraterrestres como se fazia o fogo, os primórdios da civilização e a nossa primeira grande tecnologia/descoberta que mudou o rumo e a face da terra, desde as paisagens aos animais. Os extraterrestres, com toda a sua tecnologia futurista, sabiam o que era o "fogo", mas esqueceram-se de como o fazer, desacreditaram na veracidade dos documentos criados e partilhados pelos seus antepassados. Costuma-se dizer que uma fogueira aproxima as pessoas. Na antiguidade era um local rico em histórias, aventuras e experiências de vida, em que se partilhava e se socializava, se descansava mas onde também se ouvia.
A outra perspectiva, faz-me lembrar o filme "2001: A Space Odyssey" e o enorme monólito preto. Os extraterrestres ensinam de forma social, através de uma interacção física e psicológica, a criação do fogo. Ensinam-lhes a "descobrir" o calor que os irá manter vivos durante milhões de anos e até mesmo, ajudar a caçar e a mudar a face do próprio planeta, como já referi acima.
No entanto, nem todo o progresso é bom, como é abordado no documentário "Surviving Progress" (video).

O fogo foi esquecido, trocado, atraiçoado. Tornou-se na facilidade de um isqueiro e em mitos de tecnologias ancestrais. Estamos a perder mais do que a ganhar.
"Os Superficiais - O que a internet está a fazer aos nossos cérebros" de Nicholas Carr.

"Tudo é uma versão de alguma outra coisa."

sexta-feira, 21 de junho de 2013

Pelos meus olhos...


Pelos meus olhos vive a morte. Não a verás cada vez que te aproximares de mim por um beijo, mas mostrar-te-ei, fazer-te-ei senti-la e desejá-la, toda a vez que tiveres um orgasmo. Uma epifania que se descontrola na consciência hipnotizada de prazer e que desce como um timbre de uma nota musical.
Ao entrar numa sala, todas as atenções se viram para mim, o aroma transforma-se, a música muda e as posturas delas tornam-se suaves, acompanhando a tendência da paixão proibida. As flores endireitam as suas costas e perfumam-se. O tabuleiro monta-se, as peças movem-se. O jogo de fantasias sexuais enaltecem-se nas suas mentes pudicas. Sou um gato poético, uma pintura que enfeitiça, e o desejo ardente de uma noite louca. Estas mulheres, são insaciáveis, manipuladoras, dominadoras. São rainhas na cama, amantes secretas, casadas com sapos gordos.
As cores que me pintam o rosto, o cabelo comprido e o traje que me cuida da silhueta, são acompanhados por traços, pontos e vincos que conheço demasiado bem. Que sei usar e mover, para te manipular a mente já tão desatenta e perdida pelo meu sorriso.

Olhas-me, muito observadora, tentando ver através desta aparência física subliminar, obscura, misteriosa.
O meu rosto torna-se uma obsessão, uma paisagem que te hipnotiza e te faz desejar conhecer, pessoalmente, o corpo que modelou aquele quadro tão hipnótico. Aproximas-te das cores que me constrói-em, e sentes um desejo súbito de beijar a tela. Uma tela de fantasias e desejos, de caprichos e arrepios de espinha, com a vontade mórbida de sentir o meu respirar sobre as costas do teu pescoço. A bochecha já rosada pela vergonha, sente o pigmento, a textura que te arranha e invoca uma triste expressão.

Sou mais do que um quadro, do que idade, do que um corpo. Sou um conjunto de experiências, que te fazem mulher, que me amadurecem e te fazem sonhar. Sou o homem perfeito, o pai que fantasias, o namorado e amante que te vibra. Mais do que amor pela minha juventude, irracionalmente, lutarás para ter do teu lado, uma mente tão viva como a minha. Pois sabes que pelos meus olhos, já vi e vivi muito, um bem precioso que te fará crescer e saberá educar o que ainda te parece tão cedo.

O que vês quando fechas os olhos?

quinta-feira, 13 de junho de 2013

Agarra-a pelo pescoço...


As mãos apertaram com força o pescoço. Os nós da coluna incomodaram-me o garrote, e forcei o nó. A cara avermelhava-se. O corpo debatia-se, contorcendo-se e agredindo a imagem que a fazia mijar pelas pernas abaixo. Senti o cheiro a flores no ar.
A cara com a aflição estampada, excitava-me. Os olhos largos, castanhos, pareciam atacar-me a alma. Ouvia um pedido de socorro em cada gemido e grito rouco. A tensão dos seus músculos, arranhavam-me os braços, electrificavam o ambiente, debatiam-se pela sobrevivência, de uma fuga impossível. A elasticidade dos seus dedos enfraquecia, e com eles as pálpebras, a respiração, o peito arfante, a pulsação.

Olhou-a. Contemplou a fêmea, rasgada, dominada, morta.

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A adrenalina que lhe corria pelas veias, lentamente se expulsava em forma de esporra para cima daquele corpo tão sexy e provocador. Toda a pele o faziam excitar-se. Era ceda pura, que podia tocar e mordiscar. A já defunta tornava-se mais uma das suas marionetas, as mãos um utensílio sexual. A boca, a vagina, os pés, o cabelo... Sentia falta dos gemidos e da cona apertada que tinha tanto prazer em rasgar, mas hoje estava demasiado descontrolado.

segunda-feira, 10 de junho de 2013

Venham comigo...




A mãe acordou-me, o sol cumprimentou-me e corri pela casa com a fome na barriga. Apanhei o pão já feito do meu pai e fugi até ao sofá, onde me sentei e me perdi. As conversas indistintas aconchegavam-me como almofadas, mas as palavras que me faziam pular e sorrir de alegria, eram aquelas que se chegavam ao pé de mim, devagarinho, como os gatinhos? e me sussurravam: "Vamos dar uma volta...".
Os meus pais, de braços abertos, recebiam-me, presenteando-me o seu colo como uma cadeira de princesa até ao seu coche mágico. Um coche que viaja pelo mundo inteiro, e que voltava a casa sempre sem se perder. O meu sono de beleza, surgia sem avisar, obrigando-me a desligar do mundo, a perdê-lo de vista. Deixava de o deslumbrar, de o ver passar.
Os parques e as florestas faziam-me correr por todo o lado, cheia de energia e curiosidade. Mas as caminhadas pela montanha? Pelos prados largos e planícies verdes? Esses, faziam-me sentar e sonhar. Observar a natureza, ouvi-la, senti-la, respirá-la, conhecê-la de longe pela paisagem e de perto pelo toque da relva. Deitar-me à sombra e ver o céu compor-se de nuvens. Um abraço, um carinho e um beijinho.
A mamã e o papá deitavam-se, riam-se, rebolavam e brincavam como duas crianças apaixonadas. O seu eterno amor iria para sempre ficar comigo. Rugiam sobre mim, como leões desesperados por cócegas, acabando sempre com beijinhos e palavras meigas aos meus ouvidos. Uma paixão que me fervilhava nas veias a cada beijo deles. Um sentimento que me arrepiava as costas por cada olhar ternurento. Recordações  com um cheiro a perfume de Pai e Mãe.

Adoro o vento soprar-me na cara e fazer os meus cabelos voar como uma bandeira da praia. De o  chilrear me penetrar no corpo como o timbre acolhedor da voz dos meus dois botões. Sentir o sol aquecer-me a cara e levar-me da mente a pomba branca da liberdade. Sentir na cara e no nariz, a face do papá e o nariz da mamã. Ser o centro dos pequenos e grandes momentos. Sentar-me nos bancos do jardim e receber nas mãos de migalhas, pombas e andorinhas. Pintar de todas as cores o retrato que faço do mundo e  rebolar de máquina fotográfica na mão para apanhar os sorrisos envergonhados daqueles que todos os dias me amam.

Venham comigo, vou-vos ensinar a voar outra vez...

domingo, 9 de junho de 2013

Os príncipes, são sempre perfeitos... II


Segundo as mulheres de hoje, os homens já não são como eram antigamente, e deixam muito a desejar. Por um lado preocupam-se "cada vez mais" em estarem presentes na vida das crianças, dos seus filhos, de mudar a fralda, de ser mamã e não só papá com a sua figura central na família. Porque quer queiram quer não, o homem continua a desempenhar um papel fundamental em qualquer família. Segundo palavras do meu pai, é o homem que toma as grande decisões. A mulher pode escolher os cortinados e os tapetes, mas quem decide se, se muda de casa ou se deita uma parede abaixo, é e sempre será o homem. Não é por ter mais força, mas porque está preparado psicologicamente para decidir sobre decisões importantes.
A parte em que eu falo de que os papás de hoje se preocupam com as crianças, e em deixar tanto de serem homens mas mais domésticos, não se reflecte em todo o país. Onde moro, ainda existe o Zé-Povinho que obriga a namorada a carregar o filho e as compras todas quando vêem do intermarche. Outros ex-amigos que engravidaram umas gajas, e que as deixaram. Como tanto vi por aí. São mais os que se divorciam, coisa que está comprovada estatisticamente segundo palavras de um senhor conhecido, tudo por causa da crise, do que os que têm filhos e se mantêm juntos. Logo, é pouco provável que os "pais" de "hoje" se preocupem mais do que à vários anos. Os pais à 20 anos preocuparam-se e preocupam-se. Obviamente, irá sempre existir pessoas que não têm educação nenhuma, infelizmente são mais as que não têm nem sabem dar, do que as que têm. Perpetuando assim o nosso tão querido "Zé-Povinho".

Os homens estão condenados a extinção, assegura cientista australiana

Todos sabemos que as mulheres são mais que os homens. E por essa razão, as mulheres deveriam deixar de serem cabras ao ponto de odiar que um homem deixe uma, para ir para outra. E deixem-me explicar o porquê. Porque o macho, no reino animal, não está nem foi concebido para procriar e acasalar com uma única mulher a vida toda. Se assim fosse, o mundo estaria muito mais deserto e de certeza absoluta que já só restariam 1% ou 2% de espécies vivas.
Bom, sei perfeitamente que somos seres muito mais emocionais, com uma percepção psicológica e social bastante evoluída e detalhada. O simples facto de conseguirmos prever e criar objectivos a longo prazo, transforma-nos em animais mais racionais, analíticos e, também, observadores. Sei que uma mulher ter 2 ou mais parceiros, como acontece com a Poligamia, é algo ainda tabu, e penso que nunca o deixará de ser. E... é preciso também avisar de que a vida das pessoas, é privada e é de cada um. Meter o nariz e o bedelho onde não são chamados, é tudo coisa de mulheres, infelizmente, ainda não evoluíram nesse sentido, e temo que não evoluam de todo.
Continuando. Cada um ama quem quer. Cada um casa-se com quem quer. O problema está, quando as mulheres e homens, se acham no direito de controlar a cara metade. Prova disso é a violência doméstica e psicológica. Coisa muito comum hoje em dia, principalmente os jogos psicológicos que as mulheres aparafusam e cravam na mente dos homens "príncipes". Existem excepções, óbviamente. E falo tanto para as mulheres como para os homens. Mas... como a mulher está a "ganhar terreno", falo dela. Para além de ter passado precisamente pelo mesmo. Não sou um "príncipe perfeito", mas esforço-me para melhorar e aprender a ser melhor.

O pensamento da mulher, segundo o video "Pensamento sobre as mulheres nos Anos 60" do documentário "Eu Tarzan, Você Jane", só prova que a mentalidade da mulher mudou bastante. Não estou a referir aos protestos pelo direito ao voto, pelo uso das calças de ganga, entre outra coisas, nisso estou a favor e fico feliz que a mentalidade tenha mudado, mas não posso deixar de criticar o facto de elas nos anos 60 verem o homem como uma referência, uma defesa do ambiente, um "macho" para as proteger e as fazer sentirem-se seguras. Com os anos, as mulheres, como também está provado e estudado, deixaram de se "sentir" "inferiores" para passarem a achar que tinham um lugar no mundo dos homens. E quando falo no mundo dos homens, falo no mundo da força. Quer vocês queiram quer não, o homem é 2 vezes mais capaz do que as mulheres e ele próprio domina toda e qualquer área que antigamente "pertencia" à mulher. A única coisa que não vos podemos tirar, nunca, mas mesmo nunca, é a interacção que têm com as crianças, mas nisso... 90% da população já começa a deixar muito a desejar. Quer homens quer mulheres. Vejo com cada tronho, que fico com pena das capacidades cognitivas da criança no futuro.
Se por um lado as mulheres "dominam" ou querem "dominar" áreas em que o homem actua há já centenas de anos, por outro lado, têm vindo a perder a capacidade de desejar ter filhos. Que é o que vejo também muito por aí e não é por haver crise, é por a própria mulher começar a desleixar-se para o que foi talhada, a maternidade, e começar a preocupar-se cada vez com a sua carreira profissional. Nunca as mulheres se começaram a preocupar tanto com a sua própria vida, com o seu egocentrismo, deixarem de ser as "escravas" dos homens, de deixar de serem a "típica" mulher caseira e doméstica. Na sua cabeça, deixaram todos os rótulos e "obrigações" só porque achavam que também tinham direito. Têm. De facto têm poder de escolha, de ter ou não um filho, de serem ou não fodidas. Têm direito a escolher se querem ou não ter um homem que seja mais do que elas, ou que receba mais do que elas. Um aspecto hoje em dia muito importante para elas. Receber mais do que eles já é uma coisa boa. Ser melhor mãe do que eles, é que... já é outro assunto pelos vistos. Serem melhores pais, educadores, responsáveis e maduras, já é outro assunto. Triste, porque quando se começa a querer ser muito bom numa coisa, as outras ficam para trás e depois já é tarde para as "recuperar". Basicamente a mulher têm-se vindo a destruir a ela própria. Milhares de anos oprimidas e sem direitos. Bastou abrir-se as portas e tirar-lhes as trelas, para começarem a mijar em todo o lado. Eu sei o que isto é, porque a minha ultima ex foi exactamente a mesma coisa. Do 8 ao 80 em menos de 4 meses.

Algo que não posso deixar também de criticar, é o facto de as raparigas, futuras mulheres, começarem a perder a capacidade de argumentos com valor. Textos de 3 ou 4 linhas sem qualquer interesse. Textos sempre sobre o quanto amam um rapaz, e poucos meses depois, o quanto ele as decepcionou e as fez sofrer. Típico. As raparigas que, antigamente eram um ser que amadurecia mais depressa que os rapazes, parece agora demorar tanto como o próprio macho da sua espécie. Ora, dois seres da mesma espécie com a mesma capacidade nula e aberrória de maturidade e excesso de liberdade e falta de educação, só têm uma consequência: futuras crianças deficientes. Sim, porque se falta a maturidade, a educação, existe excesso de liberdade e pouco reconhecimento das consequências, então o futuro das próximas gerações só pode ser pior do que as que existem actualmente. Mas a culpa não é da crise; É dos papás!!!
A rapariga hoje em dia, tem mais força que um rapaz. Os papás choram por elas, e recebem à chapada os rapazes. Porque... eles têm de ser "fortes". Segundo o documentário "Eu Tarzan, Você Jane", as raparigas amadurecem muito mais cedo e a sua linguagem e expressão verbal é mais avançada do que os rapazes. Mais uma prova do riquismo. Do "o meu filho tem de ser melhor que o teu!", como abordo em "A eugenia existe...", "O riquismo e a superioridade..."-

"Olhei para ela e apaixonei-me. Olhei para a mãe e vieram-me as lágrimas aos olhos, de alegria..." 
Em Nascer pai (Pais e Filhos)

Já não faltava a Eugenia e a raça Ariana, e os papás de hoje continuam a fazer escolhas muito selectivas sobre o que preferem amar e preservar. Já não querem nem preferem um descendente ao seu trono. Já não querem nenhum rapaz, nenhum príncipe, nenhum futuro rei. Querem RAINHAS! Deixou-se de se fazer reis, para se passar a fazer princesas. Coisa que não compreendo muito bem, porque um filho rapaz, para o homem é sempre algo com grande valor. As filhas deles, por este andar, só podem virar lésbicas. Só pode.

"Fomos à procura de histórias e emoções sentidas durante o parto. Mas não falámos com mães. Desta vez, damos a palavra aos homens, que também nascem no momento em que o filho vem ao mundo. Como pais." 
Em Nascer pai (Pais e Filhos)

Eu não preciso de ver o meu futuro filho nascer, para me sentir um Pai e também uma Mãe. Eu já sou pai, dos pés à cabeça. Eu nasci para o ser, e morrerei com o mesmo sentimento. Sou um animal que veio para perpetuar a sua espécie e não para preferir uma "carreira profissional". Não é isso que me faz feliz, e não foi para isso que fui educado, coisa também muito importante de sublinhar.
Parece tudo um mar de rosas, tudo muito fofinho, muito bonito, muito corderosinha, muito queque, muito simples, muito ternurento... tudo DEMASIADO!! Os poemas são para serem lidos e fazer pensar, para além de nos fazer sentir. Estes "testemunhos" de pais, são apenas para deixar as mamãs e as mulheres a sonhar no "príncipe perfeito" que nunca há de vir, porque eles não existem. Existem homens que são realmente autênticos tesouros. Mas a realidade é que as mulheres quando os têm, não sabem bem o que fazer com eles. Esperam deles o mesmo que receberam dos outros. Chapadas, jogos psicológicos, agressões físicas e verbais, proibições, controlo apertado no que vestem e no que dizem, traições e frieza.

Não, não sou preconceito, tenho amigas que já me disseram que primeiro conhecem o que está por dentro, que se apaixonam pelo que a pessoa é por dentro e só depois pelo que ela é por fora. Poderia dizer de forma fria, que isto é atitude de gaja, de rapariga "pessoa" que não reconhece e não aceita o instinto animal que existe em cada ser humano. Uma rapariga que não... e sim, são minhas amigas e considero-as minhas amigas, não significa no entanto que concorde com a opinião delas, em tudo; que não... foi manipulada psicologicamente, ou que não se deixou manipular e "infectar" pelo pensamento "animalesco" que todos trazemos. Primeiro, acho isso infeliz. Uma "pessoa" que não se aceite como animal que é, não tem direitos.
Sim, de facto é algo frio e cruel de se dizer, porque eu sou homem e só quero é sexo, procriar e ter filhos. Iram pensar em milhares de coisas que uma pessoa fria como eu: é, pensa e faz. No entanto, a única coisa que quero é deixar bom genes, seres "perfeitos", Arianos de raça. Todo o homem terá este pensamento. Afinal fomos geneticamente moldados para o fazer e desejar. Está-nos enraizado.
Por incrível que pareça, a mulher sofre do mesmo "mal". Como me disse o meu pai um dia, algo que ele leu, as mulheres quando namoram, procuram um rapaz forte, que as proteja, que lhes dê segurança, MAS quando querem ter filhos, assentar e "casar", procuram um homem com feições mais leves, com um corpo mais normal, mais bonito, que ele próprio seja mais confiante e meigo. Porque quando uma mulher só quer é foder, é com um homem "qualquer" desde que lhes seja minimamente bonito, mas quando querem procriar, ter filhos, fazer uma vida, vão à procura dos homens "raros" que elas tanto diziam não existir. 
Em Os meus genes superiores...
Se as mulheres são capazes de chegar ao cumulo de exigir, de "poder escolher", de seleccionar o homem, porque razão se tornam tão picuinhas quando eles os traem quando são novas? Porque razão se tornam tão cabras e apunhalam tudo o que se mexe pelas costas? Qual é o motivo ou a razão que têm, para falar mal dos homens, de que eles só querem é rabos de saias, se babam pelas modelos ou as que andam na rua todas descascadas, de decote à mostra e todas provocadoras? É por elas, as mulheres que criticam, serem uma merda? Não prestarem? Porque razão não se podem eles babar se elas se babam ainda mais, e ficam muito mais parvas quando vão todas juntas no dia da mulher a uma discoteca ou bar de strip? Para quê ciúmes se fazem a mesma coisa!? Porquê condenarem os homens, se as mulheres conseguem ser bem pior!? E são, cada vez mais se tornam, e não digam que não.
Contou-me a minha mãe, da ultima vez que foi com as amigas no dia da mulher a um restaurante com homens stripers, que as mulheres casadas e com filhos eram as piores! Acrescentou que um dos rapazes já quase todo nu, teve de trepar um pilar que havia no palco, caso contrário as mulheres todas histéricas e parvas dos cornos desmanchavam-no por completo só porque estavam com uns copos a mais, porque era "dia da mulher" e em casa não tinham nada daquilo.
O meu pai acrescentou também, que em casa eram púdicas e só faziam uma ou duas posições. São mulheres capazes de tapar os próprios olhos quando vêem uma cena de sexo, ou de ficarem coradas. De elas próprias, proibirem os maridos e os namorados de verem as mulheres descascadas nas novelas que elas próprias devoram. De proibirem e de condenarem um homem por olharem para um belo par de pernas ou de mamas. Quando o problema são elas. Existe toda uma cultura na sociedade, dominada pela mulher.
Livros, revistas, filmes, músicas, canais de televisão, letras de música, poemas, fotografias, publicidade...

O divórcio em Portugal...
Ele é bruto para mim, não quero casar

Um problema pior ainda, é quando as mulheres usam e abusam de um homem "perfeito". O mesmo ao contrário. Mas eu não estou aqui para defender os homens nem para falar mal das mulheres. O que se vê cada vez mais, é um interesseirismo por parte delas, do que deles.
Segundo palavras de um psicólogo, na TVI: "Nós homens somos como cãezinhos. Basta dizerem-nos que somos bonitos, que gostam de nós e que nos amam, que ficamos logo a dar ao rabo.". É uma realidade. Só que elas usam e abusam do nosso verdadeiro amor, da nossa perseverança e paciência com as porcarias que tanto fazem, só mesmo para nos foderem o juízo.
Continua-se-lhes a ser ensinado que só se devem casar com homens ricos, inteligentes, poderosos, capazes de aliviar a pressão económica para a educação dos filhos. Se gostam ou não verdadeiramente deles, já é outra conversa, mas primeiro está o dinheiro e a segurança monetária. Volto-me a repetir, eu sei.

Os homens não estão a ficar melhores. Estão a ficar piores. Não sabem o que é uma relação, e conheço muita gente mais velha que eu, que sabe menos do que eu. Gente que por ser "mais velho" que se acha melhor e mais capaz. O meu irmão também tem andado a errar em algumas coisas que já não erro à bastante tempo, e temos a mesma idade. Querendo eu dizer com isto que, não é por trabalharem mais, acordarem mais cedo, e rebentar com as costas todas no trabalho ou a cabeça nos estudos, que vos irá fazer de vocês pessoas "melhores". Conheço gente que acha que o seu namoro está estável e são felizes, e desconhecem os graves problemas debaixo de uma simples conversa. Como também já escrevi muito por aqui.
Sendo assim, os homens, estão cada vez piores. Não só por culpa da deseducação e do excesso de liberdade, mas também pela liberalização e domínio sobre os homens que as mulheres vão tendo cada vez mais. Se elas podem cada vez mais e eles cada vez menos, então vão-se desleixando.

As relações inter-pessoais, estão a tornar-se piores e piores. Existe cada vez mais informação sobre casos de sucesso e de insucesso. Reina no facebook as frases "mais batidas que a punheta", mas ainda assim, as pitas e os pitos perdem toda e qualquer capacidade de processar a informação que vêm. Acham que tudo é real, quando nas suas cabeças ainda tudo é muito fantasioso e qualquer proibição ou fuga à lei é uma aventura. "Acesso a informação, não é o mesmo que ser-se inteligente".
Têm, hoje mais do que nunca, acesso a todo o tipo de histórias, a textos longos de sofrimento e arrependimento, de amor "platónico" e "infinito". Contudo, continuam a errar. É como ler um livro de como montar uma cadeira, chegar ao fim e continuar sem saber como a montar. Só prova que as crianças, que os futuros cidadãos deste país, sabem fazer apenas uma única coisa: "Decorar e Colar" informação. Nem sequer precisam de a perceber, de a negar ou até mesmo questionar. Para quê? As opiniões são dadas de forma gratuita... Basta decorar a matéria e estar sempre de acordo com a grande maioria da sociedade.

sábado, 8 de junho de 2013

Um peixe sem sermão...


O branco da minha pele, confundia-se com a neve. A pele rasgava-se a cada sopro do vento que me arranhava as orelhas e cortava as mãos. Um frio intimo, que me abraça e faz o coração disparar. As suas mãos enrolam-se nas minhas costas, trauteando nos ossos da coluna cansada.

Os cabelos imitavam as ondas das águas, encaracolando-se, molhado-se, tornando-se um peso. Todo o meu corpo estava louco, incontrolável. Cada pequena parte, parecia estar em auto-destruição, e até o meu cérebro começara a dar sinal de demência.

O meu Eu ficou sozinho. Enjaulado. A verdade é que também não poderia fugir.

Uma rabanada de vento, fez-me comer cabelos e agarrar com força à terra que me parecia engolir a cada subida do caudal do rio. Mas o meu corpo inerte, congelado pela saudade, pela solidão e pelo choro que me descia pela bochechas vermelhas, permanecia em fúria, sem dono e sem rédeas. Um formigueiro subiu-me pela braço. Soube naquele momento, que a morte estava próxima.
-- Ana! -- ouvi gritar. -- Ana! Ana! -- ouvi de novo, camuflado pelo som da espuma junto aos meus ouvidos, distorcido e retorcido pelo vento uivante que passava sobre mim. Que caminhava pesada e demoradamente, apertando cada ponta de osso exposto. Nem voz nem forças. Para sempre aprisionada na posição desencaixada, à margem de um rio sem sentimentos ou consciência. Um espírito narciso que me fazia flutuar para longe do meu miradouro.

As pedras batiam-me nas costas, partindo em cacos a cabeça já parcialmente vazia do meu alguém. Parti num barco rachado, afundado pelas lágrimas, na violência caótica de uma violação cerebral que me arrastou através de um bosque do qual lhe conhecia apenas as sombras, os gestos, as vozes e os seus cheiros. Fui abandonada e ali me deixaram, à beira de um rio que crescia, sem me antes terem ensinado a nadar.

Não tive o meu sermão, e agora pago ao ser reciclada pela malícia da natureza egocêntrica.
Sou um peixe em águas profundas. Demasiado profundas...

terça-feira, 4 de junho de 2013

Os príncipes, são sempre perfeitos...

Bastam apenas 30 segundos para uma marca influenciar uma criança. (1:38) 
Em Criança - A alma do negócio
Nas histórias de princesas, nunca se conhece a história dos "príncipes". Elas têm uma vida de escrava, ou são as mais infelizes, as mais desvalorizadas, as mais traídas, apunhaladas, as que têm mais azar e infelicidades.
Já os príncipes, são sempre perfeitos. Ricos, bondosos, meigos, lutadores, realistas, fantasiosos, aventureiros, caçadores, amorosos, perfeccionistas e também desleixados, tudo quanto as fizer mais felizes e preenchidas. Basicamente o príncipe, não tem uma personalidade própria, nem uma vida. Vieram ao mundo para as agradar, serem escravos dos caprichos e desejos delas. Serem abusados da sua paciência, espaço e tempo. Satisfazerem todos os prazeres carnais quando elas querem e não quando ele quiser. De uma maneira geral, o príncipe é um robô, um escravo "livre" da sua senhora e esposa para sempre "fiel".
O mesmo acontece com os filmes.
Criam o mundo perfeita para mentes imperfeitas, imaturas, irresponsáveis, malandras e interesseiras. Ensina-se-lhes o ABC do "amor" perfeito e sempre correspondido, sempre bonito e aconchegante, como acontece nos contos de fadas.

"Pode até ser bonito pela lado romântico, mas estou falando pelo lado do comprometimento e lealdade com o bem estar.
Um relacionamento é baseado primeiramente em amizade, confiança e respeito.
Se você mal conhece, não confia e pouco respeita a pessoa que está ao seu lado, não pode falar que isso que você sente é amor, acorde.
O que normalmente você sente pelas outras pessoas é *paixão seguida de apego." 
Em Imagens falam mais do que palavras!
A influencia neste assunto, não é exclusiva das histórias de sapos e princesas, é também em larga escala da sociedade que nos rodeia. Como se costuma dizer: "De pequenino se torce o pepino.". Uma prova disso, são as novelas que passam na televisão portuguesa.
No seguimento de uma conversa com uma Tia minha, em que ela me "explicou" que: 60% dos divórcios portugueses são causados, ou são influenciados, pelas novelas brasileiras.
...
Porém, é essa a razão da mentalidade dos portugueses não crescer. Em tempos vi um estudo, se não me engano, que dizia que uma das razões para os povos que vêm novelas serem tão antagónico a tudo o que é a favor do progresso, da modernização, é o facto de verem novelas e não séries. Nos grandes países industrializados e evoluídos, não se vê novelas, vêem-se séries, que sim, duram anos [...] 
Em O divórcio em Portugal...
Na realidade, este amor de "reis e rainhas", não é mais do que um interceirismo. Estas meninas são educadas para amar, não o príncipe, mas o poder e a riqueza que dele vêm. A beleza de uma mulher, compra facilmente um casamento ou um namoro. Compra, não aprende nem faz por merecer. É-lhe dado por direito genético. Por beleza. A única coisa que a rapariga aprende, é que tem de ser capaz de trazer ao mundo, muitos pretendentes. Um chega e "deve ser" rapaz.
Estas histórias, manipulam a esponja cérebro da criança. Implantam o riquismo, a superioridade, a selecção de indivíduos; Porque um príncipe não pode ser feio. Se ele é bonito e irresistível nos sonhos, nos contos, nas histórias e nos filmes, então também tem de o ser na realidade. Aqui dá-se, a manipulação de gostos. Impinjam e vendem opiniões. Nada mais fácil de alcançar isso do que com letras de música sobre amor e tristeza.
Socializa-se pelas crianças, como fertelizante, que uma relação para ser uma "relação", um namoro, deve ter amor, carinho, respeito, perseverança, beijos, abraços, sentir algo no coração que não se explica, ser fiel e nunca trair. E na realidade, o que se deveria ensinar e cultivar às crianças, era o respeito mútuo, a amizade, a confiança, os deveres e as regras que se devem fazer cumprir quando se comprometem a relacionar-se mais intimamente que não apenas abraços e beijinhos. A cultivar a relação, a partilhar experiências e a vida. E sobretudo, explicar-lhes que ninguém é de ninguém. Que a cara metade não manda nem ordena nem pode obrigar a outra pessoa a ser assim só porque lhe convém.

Que vejas em mim...

A imagem que é apresentada e embelezada à mulher, é a de que ela deve ser A mulher. Para sempre esposa. Também ela açoitada para ser uma boa mulher na cama, uma boa cozinheira, agradar, estar sempre bonita e apresentável. [editado 19/04/2014] Essa ideia pode ser vista no filme "Mulheres Perfeitas". Porém, a ideia que é passada para as mulheres é a de que o homem deve ser bonito, e além disso, ter todas as qualidades e conhecimentos para fazer todo o tipo de trabalhos "pesados" e até leves, que levem a mulher a ser dispensada dessas tarefas que lhe são mais naturais, como é o caso de cuidar dos filhos, ser sensível, cuidadosa, fazer o comer. O que se começa a ver cada vez mais na nossa sociedade, é precisamente a escravidão do homem por parte da mulher. O homem deve começar a assumir cada vez mais o papel de pai e também de mãe, de começar a possuir responsabilidades e ajudar na lida da casa. Não estou contra isso, até porque sou a favor. O filho não é de um, é dos dois. E quando é dos dois, é para os dois. O que estou a criticar neste caso, é precisamente a escravidão do homem, que tem de começar a fazer cada vez mais coisas, para o qual ele não foi nem está talhado instintivamente para fazer. É verdade que a mulher está cada vez mais a emancipar-se profissionalmente e cada vez a ter mais escolhas, mas a destruição que causa a nível sociológico e parental, é estrondoso. Como abordo em "Eu quero, posso e Compro!".
Já quase toda agente conhece o anuncio de Natal do El Corte Inglês. Onde a esposa diz no final do reclame "Eu quero, posso, e Compro!", com uma convicção de mulher "guerreira". Transmitindo a mensagem de que é ela quem manda lá em casa, que é ela quem veste as calças, e tudo gere à volta da capacidade extraordinária de força e resistência que só as mulheres têm, que é o lidar com a casa, comida, festas, cabeleireiros, filhos, roupa, loiça, jantar, educação, etc etc. Uma imagem de 4 a 5 segundos, que demonstra o quão poderosas,  "necessárias" e importantes são as mulheres.
Bem, eu não acho que não o sejam, que não sejam necessárias e importantes. São-o. Mas cada vez mais vejo raparigas, já com os seus 18 aos 25,26 anos, que já não são mulheres. As novas mulheres desta geração, são os homens.
As mulheres deixaram de ser as que passavam a limpar a casa, a aspirar, a fazer as camas, a levar as crianças à escola e a fazer o comer. Deixaram de parte essas tarefas que dominavam "tão bem", e trocaram de lugar com os homens. O que eu defendo, é que deve ser uma coisa partilhada de igual modo, bem explicada para ambas as partes e não através de percentagens. Cada um tem o dever de ajudar no que quer que seja.
O que o anuncio do El Corte Inglês, entre muitos outros anúncios, livros "Fifty Shades of Grey", novelas "Gabriela", filmes e músicas têm demonstrado, ou transformado sem que ninguém se aperceba disso, é o facto de estarem a criar uma sociedade, a criar uma mentalização na sociedade, de que as mulheres devem mandar, que têm força para mandar, que mandam mais do que os homens. Que deixaram de ser elas a escolherem o melhor macho, e de que, segundo os anúncios e publicidades de moda, cosméticos e de dinheiro, devem usar tudo o que têm, para mostrar e fazer sobressair em si, tudo aquilo que têm de bom, e tornar o "mau" em algo incrivelmente irresistível para qualquer homem e invejoso para todas as mulheres. O homem tem sido colocado cada vez mais numa posição inferior à da mulher. Ele faz cada vez mais para agradar, e elas cada vez refilam mais com eles. Existem excepções, mas vê-se uma troca de papeis instintivos entre estes dois animais. 
É verdade que a mulher continua a escolher o melhor macho, mas o macho tem de lutar e de fazer muito mais, é-lhe exigido cada vez mais, milhares de sucessos genéticos e intelectuais, monetários e sociais, que não o eram à séculos atrás. Em que era o homem quem tinha mais força, quem decidia e escolhia a rapariga com quem queria casar e procriar. A mulher, a única coisa que podia fazer para recusar, era afirmar que não amava o homem. O que eu volto a defender, não é o homem continuar por cima da mulher, a comandar, mas uma partilha dessas decisões. O que cada vez se vê menos.
Em "Eu quero, posso e Compro!"

[editado 19/04/2014] No livro "The Female Man", pode ler-se algo sobre os homens terem morrido e elas não necessitarem deles para terem filhos devido aos avanços científicos.
Ficção científica feminista

O que nos ensinam desde crianças, e cada pai deverá ensinar os seus filhos a filtrar a informação que recebem sem dar conta, é que comprar faz bem. Mas já é um comprar para esbanjar, um comprar para satisfazer uma necessidade que na realidade nem sequer é necessária. Para quê ter a pujança de querer comprar um carro novo, um telemóvel, uma casa, um computador, uma televisão? É só para ter o mais recente? A coisa nova não irá fazer muito mais que a coisa velha, salvo excepções. É absurdo. O mesmo acontece com a mente esponja das crianças. Que hoje estão tão à mercê de tecnologia que só destrói, desconstrói e não educa ou enriquece. Como é abordado no livro "Como se forma uma Inteligência" do Dr. Toulouse.

As histórias da "carochinha", vieram ao mundo para impregnar a mente inocente e inconsciente das crianças. O objectivo é Vender, Vender, Vender. Tal como o dia dos "namorados", que é mais uma maneira de vender. Ou o dia da criança, do pai, da mãe.

Jeremy Irons talks about Eurocrisis - 5 para a meia noite

O problema com as histórias, não são a sua "moral". A sua mensagem final que serve para educar ou civilizar melhor a criança, mas sim como essa história entra na mente ingénua e infantil das crianças. A sua capacidade de filtrar essa informação, ou qualquer outra informação, torna-se num músculo que não se mexe. Um músculo habituado sempre ao mesmo tipo de música, à mesma vibração intelectual. Os mesmos livros, os mesmos filmes, as ideias e opiniões. Como falo em "A tua mente num frasco...".

O filme Branded, como já falei aqui, aborda precisamente este tema. Todos os nossos desejos são fabricados e manipulados pelas empresas de publicidade, que tentam vender, que nos manipulam a opinião para comprarmos. Para terem uma pequena ideia, coisa de uma semana, entrei numa loja de sapatos para mulher, com o cantito de 2 metros quadrados para homem. Nada de anormal e a que eu já não tivesse habituado. Mas qual não foi o meu espanto, quando comecei a ver o mesmo tipo de sapato em todo o lado.
Eram TODOS iguais, e só se distinguiam pela cor, pelos efeitos e brilhantes, pelos adornos e tipo de salto. Olhei à volta e 90% da loja estava repleta dos mesmos tipos de sapatos. Pensei logo: "Querem criar um nova moda". E foi o que aconteceu. É de facto moda. Já o são. 
... 
Não somos nós que exigimos algo novo, são as marcas que nos vendem a vontade de comprar! Não somos nós que decidimos, são as marcas que decidem por nós! Não somos nós que compramos, são as marcas que nos controlam o desejo de ter. 
Em A tua mente num frasco...
Os desejos são-nos implantados, são fabricados e comercializados, como tanto falo e me repito por aqui. São a realidade. Um "dado adquirido", uma falsa realidade, uma falsa certeza. Informação incontestável porque sempre foi assim. As coisas foram sempre feitas daquela maneira. É a força do hábito. Tal como sabermos o abecedário quase de trás para a frente, e sermos incapazes de decorar números maiores do que 9 dígitos. É o tal músculo que foi habituado ao mesmo movimento, vezes e vezes sem conta, ao longo da dezenas de anos. Para as crianças, as coisas tornam-se uma realidade, apesar de ser falsa. Tal como aquele estudo com macacos, uma escada e um cacho de bananas.

"Um grupo de cientistas colocou cinco macacos numa jaula. No meio, uma escada e sobre ela um cacho de bananas. Quando um macaco subia a escada para pegar as bananas, jogavam um jacto de água fria nos que estavam no chão. Depois de algum tempo, quando um macaco subia a escada os outros enchiam-no de pancada. Com mais algum tempo, nenhum macaco subia mais a escada, apesar da tentação das bananas.  
Então substituíram um dos macacos por um novo.
A primeira coisa que ele fez foi subir a escada, sendo dela retirado pelos outros, que o espancaram. Depois de alguns murros, o novo integrante do grupo não subiu mais à escada. Um segundo foi substituído e o mesmo ocorreu, tendo o primeiro substituto participado com entusiasmo na porrada ao novato. Um terceiro foi trocado e o mesmo ocorreu. Um quarto e finalmente o ultimo dos veteranos. 
Os cientistas então ficaram com um grupo de cinco macacos que mesmo nunca tendo tomado um banho frio, continuavam a bater naquele que tentasse pegar nas bananas. Se possível fosse perguntar a algum deles porque razão batiam em quem tentasse subir a escada, com certeza a resposta seria: 
"Não sei, as coisas sempre foram assim por aqui". "
Em Os Macacos
Video Youtube - Os cinco macacos.

Se é tão fácil manipular a mente dos adultos, ainda mais fácil é manipular a mente das crianças. O que por um lado é bom, porque assim permite às grandes empresas vender todo o tipo de produtos. Não sei se já se aperceberam, mas em Setembro, época do inicio da escola, o que começa a aparecer de publicidade na televisão, são colecções de fascículos. Carros, cadernetas de autocolantes, xadrez, jogos, livros, conjunto de pratos, aprender a montar um barco em madeira ou um carro com motor a gasolina. Tudo serve para vender, para fazer os filhos pedirem aos pais para comprar.
Criança - A alma do negócio
Jovens e Dinheiro (2008)

É perigoso educar e ensinar as crianças com este tipo de histórias. De se lhes embelezar a mente facilmente criativa e receptiva a todo o tipo de experiências. É perigosíssimo deixar que sejam alvo deste tipo de propaganda que tem apenas como fim a comercialização e não a educação, a instrução, o cultivar cognitivo. A consciência e a informação que uma criança detém, deve ser educada e ensinada. Como fala o livro já mencionado acima. "Como se forma uma Inteligência" do Dr. Toulouse.
As escolas ensinam as crianças a decorar e não para interiorizar. Não há nada para perceber, apenas fazer, apenas calcular, apenas ler e desconstruir. Mas ensinar a desconstruir com regras, deixa a mente dos mais novos, com a impossibilidade de terem gosto por si próprios. Porque é-lhes negado a "criação" ou a invenção. Jay Silver: Hack a banana, make a keyboard! Se uma criança não tem capacidade para reflectir o mundo, o ambiente, porque na realidade não lhes é ensinado praticamente nada sobre uma sociedade. Aquilo que aprenderem é fora da escola, com os pais, amigos e familiares, e por essa razão portugal tem uma das taxas mais alta de analfabetismo, que continua a ter a mesma percentagem que à de 50 anos, e a iliteracia.

É preciso mudar a maneira como se ensina. Como vi hoje na TVI, por um convidado, em que dizia que portugal tinha feito melhorias, mesmo a nível de ensino, mas comparadas com as melhorias feitas a nível europeu, que não valeram o esforço, porque comparadas, são tão insignificantes que face aos restantes países da europa, continuamos precisamente na mesma. O problema está na mania do riquismo, da superioridade. As próprias raparigas, mesmo as que ainda nem têm idade para andar na primária, já são muito, ou fazem-nas pensar que são muito, independentes, que são mais do que os rapazes, que são melhores. Que o futuro delas é serem as melhores profissionalmente. Não é por causa da crise, é por causa da típica sociedade americanizada e industrializada.
Este texto está focado e centralizado na mulher, na rapariga, na criança feminina, pois as histórias, grande parte das histórias são sobre as mulheres. Mas também aos homens é passada a imagem de guerreiros, de amorosos e protectores, apesar de nenhuma delas (as histórias), lhes explicar como se faz esse tipo de coisas tão... complexas para nós. Não fomos talhados para abraçar. Fomos talhados para caçar, para correr, para foder, para espalhar a nossa semente, à bruta, pelo cheiro e pela visão. É essa a nossa natureza. Não a uso no meu dia a dia, mas defendo-a como informação importante a ter e reter.

Com tudo, para representar de vez aquilo que estou a "criticar" e a discutir aqui, a debater, a expor, é a música "Love Story" da Taylor Swift. Pode-se ver ela, logo nas primeiras imagens, vestida de princesa a cantar para o seu príncipe encantado. Ela sempre com o seu penteado perfeito, com maquilhagem, com o olhar sedutor e as roupas bem pintadas de ouro. Isto, é a comercialização da ideia de princesas. O mesmo que acontece com os "bailes de finalistas". O drama, nunca foi criado para o homem, foi criado para as mulheres, pelos homens. Poemas, são a melhor representação de amor por parte de um homem. A mulher deve ser burra e não deve saber escrever. Começámos a conquistar a mulher através das palavras, deixando de parte os nossos odores corporais como sempre se fez ao longo destes milhões de anos. Escrevemos livros e inventámos histórias. Dominámos o dom da palavra. Não por necessidade, mas porque sabíamos que elas se derretiam e se tornavam fáceis de conquistar através desse mecanismo. Na realidade, não é uma selecção "natural".

Selecção natural é engenharia.
Selecção sexual é arte.
E o que se tem comercializado bastante nos filmes, nos livros, novelas, séries, revistas e publicidade, é a imagem do casal a brincar com os seus filhos, e todos a esboçarem um grande sorriso de alegria. Fossem as pessoas mais inteligentes, e perceberiam que são apenas modelos que não têm qualquer tipo de relação entre si. Que aquilo que se vende hoje em dia, é uma forma de "desleixar" as pessoas, de desleixar ou deixarem de se incomodar com a sua falta de capacidade de educar uma criança. 
Despreocupam o seu cérebro, porque está na sua cabeça, a imagem bonita do casal que eles, inconscientemente, acreditam estar a criar no seio da sua família  Que as relações com os seus maridos é bonita e estável, que nada os poderá separar. Porque é fácil, tem a cor certa e é bonito de se ver, de se sonhar e objectivar. Mas vem então um grande problema. Nada do que pensam estar a fazer, ou a sonhar, está de facto ou irá de facto acontecer. 
Como se pode ver no anúncio da Danone com o novo iogurte "Grego da Danone" (Youtube), percebe-se facilmente que existe um grande fosso entre duas pessoas. Mas não é pelo grande fosso que existe de inteligência. [...] o que o anúncio demonstra, é a realidade que continua a existir entre um casal. Neste caso, duas pessoas, que estão a conversar por serem atraentes uma a outra. Duas pessoas que se tenta encaixar um no outro, através dos seus gostos. 
Juntam-se por interesses e não por instinto. Sim, realmente nos tempos que correm, é muito improvável que duas pessoas se juntem por instinto. No entanto, não estão juntas, porque não sabem lidar, porque não sabem ouvir, porque não sabem aceitar.
Em O divórcio em Portugal...

O verdadeiro amor existe?

A eugenia existe...
Pronta para arrasar?
Espero não vir a viver no país que prevejo...
The Little Princess

domingo, 2 de junho de 2013

Que vejas em mim...


Calma é a noite, em que me deito ao teu lado, saboreando-te a pele entre os meus lábios e conhecendo-te através da voz bruxa que me enfeitiçou. Beija-me o veneno e abraça-me, Morte, com as asas de corvo que não me assustam, que penteiam os cabelos que não invejas e que sente cegamente, a face do anjo da tristeza e solidão que observas em cada palavra, mas que se evapora atrás de cada sorriso. Dorme comigo, Obscura. Deixa-te cair nas teias que teço para ti, com que te embrulho e te fazem amparar as quedas que te são tão difíceis. Deposita no meu peito os cabelos indomáveis da tua mente, e cria em mim, o ninho que te for mais confortável. Que ouças o meu coração bater de alegria e parar, morrer, a cada raiar dos teus olhos nos meus. O teu olhar educa o carrasco humilde que sou. És uma epifania. Um conto em poema, decorado com cuidado, e guardado, memorizado em todos os recantos da minha mente, da minha língua, dos meus ouvidos, do meu nariz. Surpreendes-me, assustas-me, controlas-me e é então quando te sentes demais, que ofereces a mão pálida e defunta, à minha. Crias uma dança, única e sensível, para cada dedo meu que fazes deslizar e sentir em toque as palavras do teu perdão.

Que a minha cara não te assuste por entre os cabelos. Que os meus cabelos não te afastem de um beijo. Que as minhas sobrancelhas não te façam pensar no diabo. Que as minhas conversas não te façam bocejar e sobretudo, desejar estar longe do estranho que sou para mim. Que o meu amor não seja mordido, arranhado e destruído, por não teres tido a coragem de desistir, acabar ou ouvir. Que as minhas palavras não te façam insónias, te deixem triste ou zangada. Porque nada do que faço é com intenção de magoar. Não sou o "perfeito", mas tento todos os dias consertar o que não me apercebi ter fragilizado. Que não sejas uma mimada. Que dês valor. Que valorizes o meu abraço para sempre, e nunca me trates com o mesmo ódio ou frieza que já vi, vivi e beijei. Que sintas de mim, mesmo que atabalhoadamente, o sonho que é, partilhar uma vida ao teu lado. Que viajas e corras comigo, pelas montanhas e florestas que nos atormentem.
Que me guies e ensines, o deslumbrante mundo que nunca conheci. Que não te ofendas com as minhas piadas. Que sorrias e me abraces sem pedir. Que me beijes ainda mais, sempre que te apetecer. Que não te sintas incomodada com a erecção que sentires em cada beijo, é sinal que te amo da forma mais pura. Que não te quero foder em cada oportunidade. Que percebas que cada choro meu é uma prenda dos meus sentimentos mais recônditos e escondidos que tenho e sinto na minha alma triste, gasta e zangada de amores. Que vejas em mim, o teu companheiro para a vida, e não uma oportunidade ou uma fuga. Que ao olhar-me ao longe sintas saudades. Que abrir as pernas não simbolize sexo, mas uma guerra de cócegas que sabes que vais querer desforra. Que leves de mão dada, a minha insegurança e me ajudes a acreditar melhor em mim. Que brinques com a criança que sou, e que perdoes o adulto que cresço em me tornar. Que eduques comigo as crianças que teremos. Que compreendas que não te pertenço, mas que me comprometo em dedicar, preservar e abraçar, cada momento que passarmos juntos. Que partilhes comigo a cozinha e a lida da casa. Que te atrevas a ser surpreendida. Que não uses maquilhagem e não tenhas medo de acordar despenteada. Que não vejas o mal, de o meu cabelo ser tão ou mais comprido que o teu. Que ao fim de um passeio, fujas comigo para a livraria do shopping, e nos sentemos a ler, folhear e devorar as palavras de frases intrincadas. Que te aventures comigo, por monumentos, igrejas e castelos. Que te deixes subir e descer um monte, uma árvore ou um rio. Que percebas que ficas sempre bem nas fotografias, e que eu não sou nada fotogénico. Que consciencializes, de que somos duas pessoas, a crescer e a aprender a conviver, a partilhar uma vida que sempre foi só nossa. Duas pessoas com o mundo por explorar e milhares de milhões de experiências ainda por descobrir. Não sou mau, nem ando sempre zangado. Que cresças e floresças. Que não mudes por mim, mas que aceites. Que não me tentes mudar ou manipular, porque só te faz ficar mais longe daquilo que viste em mim e valorizaste.

E quero que um dia, quando me vires de joelhos à tua frente, que não penses em grandes coisas. Provavelmente estarei apenas a limpar o chão.

sábado, 1 de junho de 2013

E o teu cabelo?

[Oops by `BenHeine]

Existe uma crença popular. Uma ideia pré-concebida, perpetuada pelo tempo, que se tem tornado num dado adquirido, numa informação plausível e "incontestável".
Querem-te fazer acreditar, que se cortares as pontas "espigadas", que o teu cabelo cresce mais depressa. E tu, como rapariga que és, muito provavelmente acreditas nisso. O mesmo acontece com a barba dos homens, principalmente quando são novos. Fazem-nos acreditar que se a fizermos com regularidade, ela vai crescer em maior quantidade.

Essas pessoas, não podiam ter sido mais enganadas e estar mais enganadas. O cabelo e a barba, não cresce nas pontas. Rapar o cabelo, tal como se faz à barba, não faz com que o couro cabeludo por obra do "espírito santo", comece a fazer crescer cabelo de forma mais rápida que o normal.
O cabelo espigado, é algo natural e não devia ser uma coisa "horrorosa". Eu tenho as pontas "desfeitas" e não é por isso que deixo de gostar do meu cabelo ou de passar a vida na cabeleireira. Até porque não há dinheiro e eu não sou gajo para me arranjar até esse ponto.
Cheguei a ver na televisão, se não estou em erro, na sic, de que o couro cabeludo, com aqueles cabelos que ficam no ar e pouco colados à nuca, que são sinónimo e sinal de saúde.

O cabelo, não cresce nas pontas. O cabelo cresce por dentro do couro cabeludo, dentro da derme, tal como os pêlos dos braços. E não, arrancar cabelos brancos, não faz com que apareçam mais. Arrancar cabelos brancos dos braços, não provoca cancro. Um cabelo encaracolado, no qual seja aplicado uma permanente, por muitos químicos e produtos que se use, nunca, mas mesmo nunca, ficará liso. A forma como o cabelo cresce, é imutável. Trata-se de um gene hereditário, e esse mecanismo nunca poderá ser alterado. É como querer mudar a cor dos olhos, de castanho para verdes. É impossível, a não ser com tatuagens ou lentes de contacto, ou, talvez aí sim, produtos químicos, que o mais provável é deixar a pessoa cega. A única maneira de contornar o cabelo encaracolado ou o cabelo liso, é fazer "permanentes". Alisar ou encaracolar. Coisa que ao fim de alguns dias, talvez semanas ou mesmo 1 mês, acaba sempre por voltar tudo ao mesmo, obrigado a pessoa a ir de novo ao cabeleireiro ou a repetir o processo em casa.
Lavar o cabelo todos os dias, também faz mal, e segundo parece, os cabelos encaracolados, como cheguei a ler na internet, demoram mais tempo a ficar oleosos. Este facto foi claramente desmentido com o esclarecimento de uma cabeleireira profissional.
Pelo que vi na televisão, existe agora um champô anti-calcário. O que eu achei interessante, porque nunca me tinha lembrado no calcário e nos produtos químicos que a água traz.

[...] pesquisando mais tarde percebi que estrangeiros que vivem ou passam grande tempo na Europa sentem rapidamente o efeito da água na pele e nos cabelos! Ainda luto com esse problema mesmo depois de muito tempo já a viver em Lisboa. Parece realmente que a flor brasileira começa a murchar! Por exemplo se você vai a Paris, onde a água é muito mais dura e alcalina que é ótima para beber mas um verdadeiro veneno para a pele e os cabelos, ou Lisboa que a água tem muito mais calcário que no Brasil por exemplo. Depois de um tempo sua pele começa a escamar, enche de alergias e seu cabelo perde volume e brilho [...].
Em Cabelos, Água, Europa, Garnier Anti Calcário- Testado

Coisa que não percebo nas raparigas, é porque razão é que as que têm cabelo encaracolado/ondulado, têm sempre a mania de o esticar, de o pintar, de estragar uma coisa que é naturalmente bonita. Prefiro cabelos encaracolados a cabelos lisos. Não só porque têm força e volume, mas porque também dá vida à cara.  Dá-lhe uma expressão mais natural, com mais energia. Pronto, admito que há raparigas a quem o cabelo liso lhes fica bem. Ou até mesmo rapado. Mas prefiro e adoro muito mais ver um cabelo encaracolado, que cabelo liso, "morto" e sem "vida".
Uma amiga minha, de cabelo liso, não apoia a minha opinião sobre os cabelos lisos, mas partilhou comigo que uma pessoa com cabelo loiro, fica a parecer sempre mais nova do que na realidade é. A cor tira-lhe o peso, tanto do corpo como da cara. Torna-se por isso, mais leve a quem a vê. O ar pesado do cabelo  predominantemente castanho-escuro, realmente "tem perdido" a força na sociedade. Os homens preferem as loiras e ruivas e elas deliram por loiros de olhos azuis. Mal elas sabem que estão a adorar uma ideia com mais de 60 anos. Homens de raça Ariana.
Sim, de facto um cabelo loiro sobressai mais numa multidão, ainda mais se for encaracolado. No entanto, não dispenso cabelo castanho-escuro ou ruivo.

[Família e Infância - Pedro Miguel Mota]
Não sei se o meu gosto por cabelos ondulados é algo que adquiri, se é parte do meu código genético. Acredito que seja genérico, ou talvez... por estar habituado a ver cabelos desse tipo à minha volta, incluindo o meu.
Através da árvore genealógica que e eu e o meu irmão temos feito, temos vindo a descobrir que o nosso cabelo encaracolado descende de ambos os avós maternos e paternos. E que o gosto para a escrita, pelo menos por enquanto, já vem de um antepassado por via paterna.
O cabelo tem consciência. É uma extensão física do processamento que acontece dentro do cérebro. E a maneira como o penteamos, permite-nos ter mais ou menos impacto e controlo nas nossas vidas.

Também nos apercebemos de que, quando alguém estica um cabelo ondulado, ou faz caracóis ou cria outro estilo de penteado, estará a mudar de "identidade" ou a moldar-se a uma determinada forma de ser/agir. Não implica que mude completamente ou radicalmente a sua forma "original" de estar na vida, mas que algumas atitudes mais tímidas podem-se tornar num acto de criticismo, ou um acto de rebeldia, tornar-se num acto de paciência tanto interior como exterior. 
Em Os tipos de cabelo e a "personalidade" das pessoas.


Para que serve o cabelo hoje em dia? É só para proteger?
Tornámos um dos meios principais para nos proteger do calor, o cabelo, o pêlo se pensarmos como mamíferos que somos, para manter fresco os nossos cérebros, em... moda.
Preocupamo-nos com o aspecto do nosso cabelo, ou com o cabelo dos outros. Os penteados tornam-se moda, tal como aconteceu com aquela mania dos Emos, de andar com uma franja sobre um olho.
Se alguém não tem o cabelo minimamente bem tratado e arranjado, e não falo de rastas, pensamos logo que a pessoa não se cuida, não toma muitas vezes banho, que se não souber cuidar do seu cabelo, não sabe cuidar do seu corpo e de si. De uma perspectiva, isso é inteiramente verdade! 
Em O cabelo consciente...
Outra coisa muito interessante que acontece na mudança da estação do ano, mais propriamente no Verão e Inverno, é uma vontade súbita de cortar o cabelo, de mudar o penteado e até o estilo de roupa. A razão? Da mesma maneira que as árvores mudam de folhas, nós, por uma questão sexual e reprodutora, temos necessidade em nos re-enfeitarmos-nos, para atrair o sexo oposto. Tudo o que é "novidade", chama a atenção. Crê-se que é por estas razões (reprodutoras), que as mulheres desenvolveram vários tons de cor de cabelo, para atraírem os machos. Necessitavam de chamar à atenção, e todos sabemos que o que é "diferente", chama à atenção. Daí haver loiro, ruivo, castanho-escuro, preto, loiro-albino, loiro-escuro. Através de uma abordagem mais genealógica, a razão para haver cabelos loiros e ruivos, é o facto de terem existido os Neanderthals. E é através dessa espécie, acredita-se, que descendem todos os cabelos loiros, ruivos, encaracolados e ondulados. Não é por virem de África, porque segundo [editado] o documentário "A Origem da Humanidade - Homo Sapiens (parte 2)", o cabelo encaracolado encontrado em pessoas de raça negra, são apenas uma adaptação ao meio. Como nós descendemos dos símios (macacos), o cabelo é naturalmente liso/ondulado. [editado].
Um estudo recente, explica que os próprios Neanderthals vieram no norte da Rússia e Europa, das terras mais frias. Se o cabelo muito encaracolado, de facto protege a cabeça do sol, porque é muito concentrado, mas não é mais do que gene hereditário, um gene de tipo de cabelo, e não uma evolução "natural" ou primária, e sim uma adaptação. prova disso é os macacos não terem cabelos encaracolados, ou de os pentelhos curvarem-se. Não apanham temperaturas superiores a 40º, por tanto, qual é a razão? Para acomodar? Serve para arrefecer. É verdade. Mas também é verdade que se vai perdendo o seu tamanho e quantidade com o tempo, tal como tem vindo a acontecer ás mulheres e aos homens. As mulheres não têm tantos pelos por causa da baixa testosterona. Onde se pode ver essa diminuição, é no peito e pernas dos homens. Uma prova de que estamos a evoluir.

E o teu cabelo? Também cresce mais rápido depois de lhe cortares as pontas?
Sabias que as unhas, tanto dos pés como das mãos, crescem mais rápido no verão?

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A minha tulipa...
O cabelo consciente...
Um ombro despido...
Os tipos de cabelo e a "personalidade" das pessoas.
Reciclagem de cabelo humano?