Existe um chilrear que dança no ar...
Uma caixa de guaches que pinta o momento.
Um lápis desenha e assombra as nuvens no papel limpo pela lixívia.
Os guaches choram rios coloridos, serpenteantes, banhados pela cera arenosa.
Soltaram as crianças, como balões, como pomba livres.
Sem ninguém se aperceber, a natureza cruzou-se com a alegria e os sorrisos rasgados. A euforia dos pequeninos entrelaçou os dedos com as flores, deixando os raios de sol encaracolar os seus cabelos rebeldes. Fizeram-se corridas entre borboletas. Saltitaram entre os riachos, criaram ramos de flores e ofereceram-nos às meninas.
E estas fugiam, de rapazes com as mãos porcas da terra e minhocas penduradas nas pontas dos dedos.
Quando a fome apertou, os rapazes subiram às árvores, deixando cair para as pequenas camisolas das suas namoradas, fruta. A fruta mais doce e suculenta que poderiam encontrar. Porque "roubada" sabe sempre melhor...
Debaixo de uma grande árvore, sobre uma larga toalha, sentaram-se todos, para contemplar no sossego incomum de criaturas energéticas, o fim do mundo rasgado de luz, encoberto pela escuridão que traria as aventuras do medo.
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