quarta-feira, 6 de abril de 2011

Porque esperamos...


Porque conseguimos, muitas das vezes, esperar calmamente por um Táxi, por um Comboio ou autocarro, por mais de meia hora, mas não somos capazes de "aguentar" nem conter a frustração, de estar à espera no médico, ou nas filas de espera do super mercado, ou na fila do cinema?

Pagamos em "todo" o lado, e parece que os únicos locais onde sentimentos que tudo é lento e anda contra nosso favor, é precisamente nos locais onde só existe uma pessoa a atender, e... onde depois de atendidos, ficamos com a mesma doença, ou à espera que o filme comece, ou numa fila de trânsito que parece formar-se de cada vez que saímos de uma rotunda...

Em qualquer que seja a circunstância, todos pagamos, quer antes quer depois para usufruir do serviço.
No hospital, no cinema, nos super-mercados, no café... queremos ser atendidos o mais depressa possível. O melhor possível. Porque talvez, de certa forma, os nossos cérebros acham que se conseguirem ser os primeiros, ou serem mais depressa atendidos, que têm a oportunidade de terem/receberem o que quer que esteja disponível, do bom e do melhor, do maior e mais saboroso, para que tenham vantagem sobre quem vem atrás.

Resumindo, quem chega primeiro à peixaria, obtém sempre o melhor peixe! Quem chega primeiro à bilheteira, tem sempre o melhor lugar. Quem se despacha nas filas dos super-mercados, evita "sempre" as filas de trânsito.

À espera dos comboios, dos autocarros, dos táxis, sabemos que nunca iremos ser os melhores, porque é usar e pronto. E no entanto, que muitos de nós utiliza diariamente. Será porque não vale a pena resmungar? Nos outros locais também não, porque continua tudo na mesma, e ainda assim resmungamos.
Será então, porque estamos em contacto com as pessoas que nos atendem, porque estamos numa fila. Porque quem estiver à nossa frente receberá melhor, e, para nós, "SERES" humanos, vemos tudo como um campo de batalha. Tudo é para defender. Nem que seja por um caralho de um pano! Nós tendemos em andar à bulha na cozinha ou nos restaurantes.

Achamos que estamos sempre a ser avaliados pelos que nos rodeiam.
Achamos que à primeira demonstração de parte fraca, todos nos caiem em cima e nos levam o pano, ou a cadeira.
Parece então, que nada nos é definitivo. Que só é nosso por um determinado tempo.

Voltando aos comboios. Não temos de estar a "aturar" ninguém. Nem de falar para ninguém. Nem de comunicar ou cumprimentar. Talvez, só por isso, esperemos meia hora sem resmungar muito, pois é algo que realmente nos é necessário. Bem... também o é o médico, e mesmo assim resmungamos.

Resmungamos com os transportes, se realmente virmos que esperamos tempo demais.
Quando vemos os outros a serem "servidos" e nós continuamos à espera durante dezenas de minutos para andar 10 minutos de autocarro, ou 20 minutos de comboio.
Começamos a estrebuchar, porque pagamos e somos mal servidos.
Bem... nós então somos muito pacientes.

Isto tudo para dizer, que barafustamos com muita coisa, que afinal são iguais a tantas outras. Apenas, nessas alturas, só vemos à frente os benefícios que podíamos ter se fossemos os primeiros, ou se o sistema andasse mais rápido.

Quando me encontro numa destas situações, em que tenho de estar à espera, ponho-me a pensar, no quão "estúpido" é, as pessoas ficarem tão "chateadas" com isto. Um desses casos, é o de ficarem à espera nos super-mercados, como já escrevi aqui à tempos.
Para quê ficarem tão frustradas? Tão irritadas? Tão chateadas?
Levem as coisas com calma! Só stress!
Nesses casos, já nem me preocupo. Limito-me a esperar e a olhar em volta, ou não olhar de todo.
Tudo o resto deixa de existir. Deixo de me preocupar. E de certo modo até descanso.

1 comentário:

  1. Sabes que, no entanto, muitas pessoas se alteram por terem compromissos e estarem a faltar aos seus deveres devido a factores externos que não conseguem controlar. Nesse caso, talvez se sintam mal por desrespeitarem um compromisso ou se sentirem irresponsáveis. Nestas particularidades, a pressa que têm é de louvar. Nas outras, acaba por ser irracional e despropositado - o que é realmente mau quando se repete frequentemente e não controlamos porque não nos apercebemos (depois de tanto tempo...) ou porque não queremos saber.

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