sábado, 1 de julho de 2017

A corda que trago em mim...


Olha para a minha gravata. Vês o negro que se abraça à volta do meu pescoço? É feito da mesma escuridão de onde vêem os meteoritos. Este nó apertado à volta da respiração, traz um fogo até aos pulmões, onde são abotoados pela camisa às riscas de linhas delineando as curvas do meu corpo.

Despir o casaco, permitindo à luz dos teus olhos crescer de desejo. A camisa, inquieta a vontade de me tocares. A respiração que se realça no peito apertado pelo tecido, provoca a aceleração do arfar, da respiração calórica que te escorre em suores frios de prazer pelo pescoço até às mãos suadas e sedentas.

A grava-ta alarga-se, e aproxima-se ao corpo dos teus sentidos. Cai ao chão, ela e as tuas pernas. Queres um beijo? Recebe o toque e sente o olhar que com a mão na face te os guia a mim.
Sinto os tremores no teu corpo quererem subir pelo meu braço. Recompõem-te, espera, limpa a boca, em breve estarei tão junto de ti, que respirar te será dificil. Mexer, um esforço. Este peito que te elouquece, amarra-te numa dança que perdes a cada músculo preso por mim na corda que é a minha lingua.

Esta gravata, é o inicio do teu prazer mais transcendente...
Agora que te enforca, vou-te despir.

Sem comentários:

Enviar um comentário