[Witch Spell by Alessandro Poli]
Correu pelo campo até à orla da floresta, onde parou prontamente com um medo copioso na sua cabeça, ouvindo a voz da sua mãe, vezes e vezes sem conta na sua cabeça, avisando-a para não se aproximar do desconhecido. A tentação de tocar nas árvores, nos ramos, nas folhas, de calcar o proibido, colocaram em dúvida as pernas da menina curiosa. Se entrasse, podia perder o rasto de migalhas, mas ao mesmo tempo, entrar por uns segundos não fariam mal a ninguém, e a mamã não precisaria de saber desta estranha aventura que se sentia até na barriga.
Olhou para trás, confirmando a ausência do adulto e penetrou o bosque, pé-ante-pé, nervosa e cuidadosa. Trepou uma árvore tombada, afastou alguns ramos da face e deparou-se com uma porta em arco numa larga árvore. Um arrepio percorreu-lhe as costas e eriçaram os cabelos da nuca. Afastou-se, com desejo de voltar a casa e num virar de cabeça, a escuridão absoluta abateu-se sobre toda aquele zona, distinguindo fracamente as silhuetas das árvores.
Ouviu nas suas costas um chilrear animado, seguindo-se um trovão e o som da chuva. Estranhamente não sentiu uma única gota bater no seu corpo, mas os pêlos gritavam aterrorizados. Estava apavorada até à alma.
A natureza iluminou-se então de vermelho, projectando a sombra do seu corpo num arbusto à sua frente. A porta brilhava, parecendo ter um universo de estrelas cintilantes como enfeites.
A natureza iluminou-se então de vermelho, projectando a sombra do seu corpo num arbusto à sua frente. A porta brilhava, parecendo ter um universo de estrelas cintilantes como enfeites.
-- "Aproxima-te criança..." -- pediu docemente a porta, que vagarosamente, despertando de um sono profundo, ganhou olhos e boca.
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