Uma sombra cintilante de ódio abraçou todo o horizonte, carbonizando a terra com chamas tão altas que faziam arder as nuvens. O odor pestilento varria as ruas com gritos acorrentados em cada pedra da calçada, das pessoas que morriam na agonia mais macabra, num testemunho da ira de deus. A chuva ácida queimava a relva e os cabelos das crianças. Os animais corriam com expressões de pura aflição, privados dos seus instintos; carregando fúria e desorientação com a carne devorada e pendurada nas próprias costelas, atropelando e tropeçando nos amontoados de almas perdidas no limbo. As montanhas de carne grelhada, pelas brasas de um churrasco que crescia e devorava cantos desconhecidos numa gruta que aprisionava a humanidade numa corrente infinita de espinhos e lamentos depressivos, queimava as narinas dos cães de guerra.
Bolas de labaredas rompiam do chão, das nuvens e da própria água. A dor insuportável e o inferno que rasgava buracos imensos e profundos, sugavam a beleza do mundo, as cores das flores, das folhas, dos animais, da natureza. O horror rasgado nas expressões, compravam suicídios para os portais do monstro de nome proibido, fazendo a terra tremer e os vulcões explodir em cada salto para o abismo. A escuridão cobria o dia e as erupções iluminavam a natureza desaparecer numa dança caótica de fogueiras e fagulhas que viajavam até aos quatro cantos do fim do mundo. Havia relâmpagos que serpenteavam durante quilómetros e duravam horas a desaparecer. O som dos trovões despedaçavam pedras e iluminavam os portões para os confins do sub-mundo.
O macabro monstro subia dos sonhos, do fundo do poço e queimava tudo à sua passagem. As casas destruíam-se com a fúria do vento; As árvores dobravam perdendo as folhas e os frutos, enquanto o Sol se contorcia num raio de luz que perdia forças e o conforto do calor. As trevas reuniam-se no fundo dos oceanos, nas fendas mais escarpadas, e borbulhavam o gás corrosivo que faltara nas câmaras de gás de Auschwitz. A extinção ocorria por todo o planeta, ultrapassando a fúria de satanás 65 milhões de anos antes.
Que morram todas as coisas!!!
Que os rios chorem pó e as nuvens caiam
As tuas palavras retratam o apocalipse!
ResponderEliminarÉ difícil descrever horrores, gritos e coisas macabras, sem repetir palavras.
EliminarÉ ainda mais difícil criar uma imagem das cenas tal como as imagino na minha mente.
Sabes quanto tempo estive para escrever só este pequeno texto?
Quantas vezes tive de ouvir a música de Elend?
Quantas imagens do inferno, de horror e terror vi?
Sei apenas que escrevi um esboço no principio de uma semana, e quando "acabei" 7 dias depois, achei que ainda não estava bem. Que não estava perfeito. Que não mexia comigo... e se não mexia comigo, não mexia com as pessoas.
Como dizia um texto anterior:
"Sou pai do maior assassino da história! Pois todos os dias me mato e torturo em instrumentos e palavras de dor infinita."
Tu já sabes... as coisas que escrevo nunca estão suficientemente boas para mim.