É quando perdes tudo o que dava um significado e valor às coisas mais insignificantes da vida, como por exemplo, um namorado ou namorada, que compreendes o significado dessas insignificâncias, das pequenas conversas, dos pequenos gestos, dos sorrisos e dos beijos. O valor das coisas da vida que tinhas nesse momento, não era único, era duplo, porque era vivido pelos dois. Mas aquilo que sentes quando te recordas do que nunca mais terás, não é saudade nem tristeza, é comodismo emocional, uma recompensa cerebral que exiges, porque a felicidade própria é a força mais poderosa numa relação, podendo tornar-se em egocentrismo ou narcisismo, onde uma se torna escrava da outra. Escrava dos caprichos e dos prazeres. E até o sexo se torna uma moeda de troca, quando tudo o resto falha. Mas... é só quando perdes tudo o que te fazia feliz, tudo o que te mantinha ocupado, que te dás conta de que davas de ti. Não por ti, mas por um "nós".
Perder tudo o que compunha a relação, não é o fim nem o inicio de uma nova etapa da tua vida, mas sim uma outra oportunidade para acordares de um sonho que vives. É teres finalmente a oportunidade para perceber de que nada do que faças importa verdadeiramente. Que nada do que crias tem realmente valor. São tudo acções e reacções. Químicos que não sabes usar mas que te usam. A verdade crua das relações, é a de que não devem criar nem viver uma vida juntos, mas sobreviver a uma. Não são a peça que faltava no puzzle um no outro, nem a "coisa" que preenchiam um canto vazio em vocês. Não são a resposta a um do outro, mas a improbabilidade biológica e estatisticamente plausível que se conheceu mas que não se comprometeu emocionalmente o suficiente.
Existe uma luta genética que nem tu próprio conheces. E quando és deixado por outro, é porque a tua genética e capacidade cerebral, não lhe era suficiente, tornando-te num produto dispensável da natureza.
O teu cérebro, que se mantivera sozinho durante tanto tempo, voltava a partilhar um diálogo com outro cérebro igualmente fechado na sua caixa. O que têm, não é uma amizade ou um namoro, é uma fuga da imperfeição e medos daquilo que são aos olhos dos outros, na tentativa de valorizar cada átomo de vocês próprios com alguém que compreende o que dizem.
[24-08-2014]
Não há nada para dizer... abre os olhos e aprende por ti. Irás aprender a dar valor ao que és.
Se há coisa que eu defendo é que só devemos entrar numa relação quando nos conhecemos a nós mesmos. Só aí é que poderemos conhecer um outro alguém e perceber se essa pessoa realmente terá futuro ao nosso lado. Tudo o resto é pura perda de tempo. Melhor, é pura procura de entretenimento. Não é uma relação: é passar o tempo.
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