domingo, 28 de maio de 2017

O dia começou...


Saio do trabalho, meio-dia, sábado. O sol toca-me na pele, aquece-me pelos braços despidos. Hoje sinto-me inspirado.
Desejoso por chegar a casa e ver-te de mangas arregaçadas, debruçada sobre os tachos a fumegar. Ansioso pelo teu sorriso e o olhar cansado, de quem pede um carinho, um mimo, um beijo e um abraço.
Passo a mão no teu rabo, subindo gentil com as pontas dos dedos por cada nó de osso nas tuas costas e delicio-te com um beijo de saudade.
Enrolo-me de abraço no teu corpo, e deslizo as mãos sobre as tuas, lavando as mãos com as tuas, no escorrer que me acalmava a vontade. Beijo-te de novo.
Nas pernas sinto então umas mãos pequeninas, enchendo a casa de gargalhadas e risos pequeninos. Os caracóis mexiam com rebeldia enquanto o corpo se colava ao meu, com saudade, com amor, da mesma forma que eu me agarrava a ti.
Apanhei-a no meu colo, assim como quem pega num bebé, e enchi de beijos o que nos era tão especial; tão traquina; tão irrequieto.
Acabaste a louça, mexes-te o tacho fumegante e correste para nós, já sem avental, já sem os olhos cansados, já sem a tristeza no rosto.

O sol atravessa a sala conquistada por bonecos. Os desenhos lutam na caixa mágica e os pais sobre o sofá. Tenho saudades de ti, amor. Tenho saudades do tempo.

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