quinta-feira, 16 de agosto de 2012

És parte de mim...



Esqueci a pessoa que eras, o rapaz por quem senti desejo, uma atracção e uma forte vontade de abraçar. Ouvir-te falar era o melhor que uma rapariga como eu poderia receber de um rapaz com tanto para dizer. As tuas conversas não me incomodavam, não eras chato e adorava a tua ideia diferente de veres e colocares as coisas. Parecia que bastava mudá-las de sitio ou sentarmos-nos numa pedra diferente deste Buçaco, e tudo ganhava um novo sentido. Mas era tão difícil eu perceber isso... que só via quando estavas por perto. Mas... quando realmente estavas perto de mim, com o teu ombro encostado ao meu e me olhavas nos olhos, eu sentia-me vulnerável, irrequieta, frágil e muito, mas muito, pequenina. Os teus olhos penetravam-me a alma, o corpo, a minha mente. Sentia por ti um desejo tão físico de te ter! Um desejo de sentir os teus braços em volta do meu corpo carente de carinho e amor. Sentia-me estranha, com um desejo emocional tão forte por ti que todos os meus namoros pareciam uma piada comparados com aquilo que sentia por ti quando me olhavas. A tua presença assustava-me. Arrepiava-me a alma e fazia-me sentir viva! Estar ao teu lado, sentir-te ali a ouvir-te falar ou mesmo quando te calavas para me ouvir ou escutarmos o som da natureza, o meu corpo gritava para nunca fosses embora.

Ver-te pela primeira vez depois de tantos anos, sim, para mim pareceram anos, décadas! Tiveste demasiado tempo longe de mim meu doce amor, meu sonho de infância... Despertas-te em mim algo que nunca senti por ninguém. A minha visão afunilou e olhei-te ao longe. Uma explosão de emoções percorreram-me o corpo, senti-me envolver em sentimentos tão fortes por ti que não sabia bem o que dizer a não ser desejar abraçar-te, beijar-te, sentir o teu corpo, os teus cabelos, deixar-me hipnotizar pelo teu cheiro, despir-mo-nos na cama e beijar-te o corpo com ternurosos beijos, acariciar-te a alma e segredar-te ao ouvido:
-- És a rapariga mais bela que eu tanto amo e desejo...
Ainda me lembro de te ver ao longe, de capa e cabelo arranjado. O olhar que me lanças-te foi tão mágico e senti-te tão perto de mim, que andar parecia não fazer sentido. Conversámos a noite toda sem nunca me incomodares com o que quer que fosse. Sinceros um com o outro. Partilhámos os nossos medos e os nossos pensamentos, e ainda que muita gente os tivesse, eras tu a única que me fazia sentir compreendido.
Já perto de te ires embora, encostei-me ao teu ombro por breves segundos, e pude sentir o teu corpo recolher-me nesse teu canto, no teu encanto. Tocaste-me a alma e fizeste-a vibrar em sintonia com a tua. Nesse momento único... deu-me vontade de chorar. Havia esquecido a pessoa que eras... e até a ultima conversa má e fria que tive contigo, para que alguns meses depois te enviasse uma mensagem a convidar-te para apareceres na feira. Mal eu sabia que o reencontro me faria apaixonar por ti novamente... mal eu imaginava que aquilo que sentia por ti e tinha esquecido, ainda fazia o meu coração fervilhar, tudo aquilo que sou, sentia-se protegido ao lado de uma rapariga tão mágica como tu!

Se nunca ficarmos juntos, quero pelo menos vir a sentir por outra rapariga, aquilo que sinto por ti cada vez que trocamos olhares... és parte de mim.

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