sábado, 4 de maio de 2013

Alguém como tu...


Bastou aquele pequeno momento para me olhares nos olhos, daquela maneira tão peculiar que nunca tinha visto numa rapariga.
De manha acordei a olhar-te para mim...

Ao olhar-te nos olhos castanhos que não vislumbro, que não costumo reparar nem pensar na dor e sofrimento que já viste e viveste no teu mundo infelizmente imperfeito e sempre contra ti, senti o calor do carinho, o amor e aconchego de me ter ao teu lado e do teu lado.
Partilhas o choro e o sorriso, com um desconhecido que te é tanto. Partilhas noites frias e quentes, com o rapaz que é apenas amigo, te deu mais que um namorado, no qual consegues imaginar o futuro bonito mas que não consegues abrir as mãos, os braços, o peito e o coração para uma emoção que não queres ver no teu cérebro.
Ouvir-te conversar ou simplesmente ver-te trocar de roupa, faz-me sentir e reconhecer a relação e a intimidade que nunca tive com quem achava ser minha, mas que nunca foi  uma amiga. É a pena de não te ter e de não ter tido que me pesa no peito. A tristeza de achar que nunca terei o que tanto batalhei para ter. Alguém como tu...

Beijar-te os lábios, sentir o teu cheiro, o peso do teu corpo sobre o meu peito e o teu abraço às minhas mãos, provocam no meu cérebro algo que não sei explicar, mas garanto-te que sei apreciar, que abraço e aperto com força para gravar na memória. Tudo o pouco que me dás, emolduro com os maiores dos cuidados e tento trocar os álbuns tristes de fotografia que guardo com tanto rancor e sofrimento, pelos momentos únicos e modestos nos quais não precisas de te esforçar.
As mãos sobre o teu corpo cansado, os teus pés doridos e costas chicoteadas pelos anos de amores e amassos incorrespondidos, fazem-te à alma o mesmo que fazem as prendas... surpresas que agradam. Dedicação e carinho que já sentiste no corpo, mas que nunca te foi realmente sincera. Que nunca foi por vontade própria ou com agrado.
Nós que demos tanto, nada tivemos em troca a não ser sapos e abre-olhos que nos ensinam a crueldade da vida. E parece que os outros, mais dia menos dia, acabam sempre com a pessoa "perfeita" para o resto da vida. Tiveram de passar por nós para saberem o que era realmente amar alguém? Para darem mais tarde, valor ao que sempre lhes demos e fizemos?
Gostava de ser um desses felizardos e de te encontrar mais tarde, na mesma livraria onde passámos tão pouco tempo, que parecia uma eternidade. De te descobrir numa caminhada e finalizá-la contigo, lado a lado como sempre estivemos.

Tens um coração enorme... e espero não ser o único a ter a caixa para o guardar e proteger.

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