sábado, 6 de abril de 2013

A violência infantil...


Bullying não é mais do que uma perpetuação da agressividade e controlo instintivo de todos os animais caçadores. Uma acção normal, executada por animais hierarquicamente organizados. Tal como dois leões, lobos, macacos e veados medem forças e competem entre si, assim acontece com os humanos.
É algo absolutamente fácil de explicar instintivamente. Este tipo de agressividade física, mesquinha e egocêntrica sobre todos os outros animais mais fracos, é habitual no reino animal, por tanto, é perfeitamente normal no ser humano.


Sim, sei que o que estou a dizer é algo que pode chocar muita gente, mas acompanhem-me o raciocínio. Da mesma maneira que as melhores mulheres "bonitas" controlam as mais "feias" para manter os bons genes. Nos homens acontece precisamente o mesmo. A dominação tem um papel importante na evolução de qualquer espécie. Quando mais uma espécie de domina, quer física ou psicologicamente  designa-se de selecção natural. "Só os mais fortes sobrevivem.". Encontramos facilmente casos de violência em ambos os sexos. As mulheres, fazem-no para controlar, ter poder e dominar. São as que, instintivamente, lutam para obter o melhor macho com os melhores genes. Os homens fazem-no, para poderem ter controlo sobre as mulheres que querem engravidar. Não é um controlo directo nas mulheres, mas um controlo sobre os homens que andam atrás das mulheres mais saudáveis e maduras. Por tanto, sim, é perfeitamente normal que aconteça violência nas escolas e em qualquer outro local.

Numa sociedade, em que condenamos e represamos a violência as violações, ainda não fomos capazes de ser contra a pior das violências e violações. A psicológica, que todos os anos leva ao suicido milhares, se não milhões, de pessoas por todo o mundo. Sendo a psicologia uma das ciências que ainda hoje é estudada e pouco compreendida, tudo se baseia nela. Todos nós temos, como instinto, a vontade "animalesca" de querer e desejar controlar o outro. Seja física, seja psicologicamente. As palavras "feias" são uma extensão da nossa agressividade, que serve apenas única e exclusivamente para controlar a raiva da pessoa. Segundo li num estudo canadiano ou australiano; todos somos capazes de matar, e todos mataríamos pelo menos uma pessoa durante a nossa vida. Somos seres assassinos  o que é perfeitamente aceitável. Mas "se queres viver, deixa viver". E a razão para tal afirmação, é a de que já não precisamos de caçar para comer, nem de lutar para ter uma mulher. É-nos fácil, ou tem-se vindo a tornar mais fácil.

Não é bonito ver alguém sofrer, chorar e ser fisicamente atropelado. Não é aceitável porque vivemos numa "sociedade" e não na floresta. Não somos "animais" e muito menos selvagens apesar de algumas pessoas o serem. Não se aceita a morte nem o suicídio, porque a vida é preciosa. Mas até nesse ponto somos hipócritas. Não desejamos violência, mas ela entra-nos pela casa através de todas as formas e feitios sem termos controlo sobre isso. (filmes, jornais, televisão, conversas, pensamentos, sentimentos).
Se toca a sirene, saem todos a correr a ver o que é, ou aflitos com alguma coisa que desconhecem. Somos curiosos por natureza, e continuamos a sê-lo no medo, na morte, no perigo, para conhecermos e aprendemos o que evitar e como tentar evitar. Para aprender a não falhar como os outros, precisamos de ver a maldade no mundo. No entanto... uns aprendem e tornam-se pessoas simpáticas, honestas e amigas, outras, autênticos monstros.
Somos pela paz e totalmente contra a violência. Contra a crueldade e indiferença. O problema é que vocês não percebem que isto são actos perfeitamente naturais na natureza. Não percebem que para uma espécie designar os melhores genes, é preciso violência e controlo. Com esta facilidade e descontrolo genético, a hereditariedade dos melhores genes, perde-se e dilui-se com a mesma rapidez que se queima uma fósforo. As nossas melhores relíquias genéticas perdem-se e espalham-se. Nunca a Eugenia foi tão importante como agora.

Cientista diz que os humanos estão cada vez menos inteligentes

Li num estudo americano, feito já à alguns anos, de que quando a o Aborto foi aprovado, nos anos que se seguiram, o número e a taxa de assassinatos, de violência, de assaltos, roubos, agressões e suicídios desceram quase 30%. Comprovando que a causa do comportamento agressivo pode vir do gene, ou, da falta de educação dos pais perante a vida dos filhos. Ou então, da maneira como a sociedade se rege e se apresenta em todo e qualquer meio de comunicação.

Somos seres violentos, ou tornámos-nos violentos? Somos seres capazes de se ligar psicológica e emocionalmente a outros seres, ou somos apenas mais capazes de controlar e manipular? Significa então que vivemos para a falsidade, fazendo tudo para proveito próprio. Como já escrevi por aqui, somos interesseiros.

Violência física e psicológica, em crianças e em qualquer outra "pessoa", é condenável. Também eu a condeno. Também eu fui vitima de bullying até aos 17 anos, até ao dia em que me atiraram pedras na estação, em que falei com os meus pais e eles passaram a saber que andava com uma caneta no bolso para esfaquear algum dos meus supostos "colegas" de turma. Também eu fui gozado pelo meu nome. Também eu sofri por ser uma criança calma, de poucos amigos e nada activo. Mas não fez de mim um retrógrado  Não fez de mim um vítima. Não fez de mim um alvo. Não me tirou nem me roubou a oportunidade de desenvolver a minha personalidade. Sou uma pessoa calada, talvez seja esse o único resultado de ser gozado durante tanto tempo. Não estou contra o bullying, porque até ele ajuda a crescer se os pais souberem ensinar. Sempre irá existir, pois é uma forma natural de os rapazes aprenderem a serem "jovens" e de as raparigas serem "férteis" e lutarem pelo seu macho. Mas sou contra a falta de educação, contra a falta de ensinarem (pais para filhos) o respeito e a empatia para com o próximo. Sou contra as mensagens bonitas que não são postas em prática. Sou contra a sociedade que não envolve nem desenvolve as mentes fechadas que regem as noticias nos órgãos sociais. Sou contra a falta de preocupação nos pais. Contra a falta de experiência psicológica e vivida.
O problema não é quando os jovens levam ao extremo a violência, mas quando os pais não souberam ensinar os seus filhos a dar a mão a quem mais precisa, a ajudar quem pede ajuda ou quem não consegue falar por si. O problema é quando estas crianças, se tornam indivíduos explosivos sem qualquer capacidade de educar e ter filhos.

O grande problema, é aquele em que os pais não querem ser pais, não sabem ser pais e não se preocupam em ser o exemplo. Quando os pais julgam saber ser, não podiam estar mais errados.

A geração anti-pedagógica...

Quando pensas que estás preparado, ainda nem vais a meio...

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[Editado: 25-06-2013]
Despues de Lucia / After Lucia (2012)

2 comentários:

  1. Com este teu artigo fizeste-me lembrar uma notícia que li para Psicologia no meu 1º ano da licenciatura.

    "Não podemos esquecer que a raiz da violência começa no útero. Não é o dedo que puxa o gatilho, é o cérebro. Não é o pénis que viola, é o cérebro. O cérebro começa no útero e a violência começa no cérebro. Os factores que condicionam o desenvolvimento do cérebro, juntamente com o meio, levam a que a violência ocorra ou não."

    Psicóloga Robin Karr-Morse
    Notícia: "A Violência começa no cérebro"
    Jornal: Público
    Artigo de: Ana Machado e Paula Torres de Carvalho


    Concordo quando dizes que a violência é algo inato e que nos cabe a nós controlar esses impulsos. Pena que muitos pais (e não só) não saibam dar o exemplo aos mais novos que acabam por considerar socialmente corretas determinadas atitudes que eram dispensáveis (ou que são mesmo reprováveis). Como estagiária na área da educação já me deparei com certas crianças de 5/6 anos que dizem coisas que nunca lhes deveriam passar pela cabeça. Será que nesse caso é correto culparmos a criança e dizer que é "mal-educada" ou "inconveniente"? Considero que a sociedade devia pôr primeiro os olhos nos adultos que as estão a educar. As crianças não se limitam a inventar coisas novas. Tudo aquilo que fazem e dizem tem como base algo que já viram ou vivenciaram. Mas claro, não devemos balizar tudo por aí: afinal de contas as crianças acrescentam sempre algo!

    Felizmente eu sou de uma geração que soube crescer sem necessidade de estar o dia todo frente a um computador ou a uma televisão. Por muito que tentemos negar estas novas gerações estão cada vez mais recheadas de violências de vários tipos!

    Falas aqui - e muito bem - do bullying. Este tem muitas facetas, sendo que uma delas está a crescer a cada dia mais: violência no namoro. Eu fui vítima, aos 17 anos, e bastou-me uma vez para dizer que nunca mais queria passar por aquilo. Meti um ponto final e segui a minha vida. Infelizmente existem muitas outras raparigas (e rapazes) que não têm essa força e/ou coragem. Por vezes pergunto-me o que faz estas pessoas ficarem presas em situações abusivas, mas acho que descobri a resposta através deste teu texto! É aquela necessidade sufocante de ter um "macho" ou uma "fêmea". Acima de tudo é o medo de ficar sozinha/o numa época em que os jovens criticam tudo aquilo que se move. Vivemos numa época de hipocrisia pura.

    A parte boa é que já existem instituições que se preocupam com problemas como a violência no namoro. Esta - que descobri na minha faculdade - é uma delas.

    http://www.graal.org.pt/projecto.php?id=7

    Chegou à altura de as pessoas mais velhas porem os olhos na juventude e tentarem ajudá-la. Já todos fomos jovens e todos nós precisámos de uma palavra amiga, de um conselho. E a verdade é que os jovens de hoje não têm nenhum rumo definido. Limitam-se a existir.

    Gostei deste teu texto e acho que nos abre os olhos para muitos pontos que tendemos a esquecer! És a prova de que quando ultrapassamos as barreiras nos tornamos pessoas mais completas :)

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    1. Adorei o teu comentário e agradeço imenso por acrescentares valor e informação. :)

      "Considero que a sociedade devia pôr primeiro os olhos nos adultos que as estão a educar. As crianças não se limitam a inventar coisas novas. Tudo aquilo que fazem e dizem tem como base algo que já viram ou vivenciaram."

      Quando falas-te sobre as crianças, lembrei-me imediatamente de uma "públicidade". "Children see Children do".
      http://www.youtube.com/watch?v=7d4gmdl3zNQ

      Concordo contigo no ponto "E a verdade é que os jovens de hoje não têm nenhum rumo definido. Limitam-se a existir.".
      Usa-se muito a desculpa da dificuldade de fazer as coisas na vida, de que é a crise.

      http://www.youtube.com/watch?v=t3bwfURSztA (Joana Manuel - Actriz)

      Outro ponto que quase não se consegue enfiar neste tema, mas que eu acho que também ajuda à degradação da cultura portuguesa e também da inteligência do povo, é o acordo ortográfico. "Diz-me como escreves e dir-te-ei como és."

      http://www.youtube.com/watch?v=E-VWXRyEIYA

      Sou muito criticado pelas coisas que eu digo neste blog, que sou frio, mau, hipócrita, preconceituoso, que não aceito nada nem ninguém. Que sou anti-social, bruto, porco e nojento. A realidade é que sou uma pessoa normal que se preocupa com as coisas com que mais ninguém se preocupa.
      Não ando em bares nem me dou com pessoas piores do que eu. Como se vê muito pelo youtube.

      Continuo a ser apologista daquela mensagem que nos ensinaram na primária e em todo o lado de quando éramos pequenos e inocentes.
      "Não faças aos outros, o que não gostavas que te fizessem a ti!"
      Mas as pessoas de hoje não pensam nas consequências. Fazem tudo só para ter atenção, porque acham que serão melhores, que irão ser mais importantes. Que a vida deles vai melhorar milagrosamente e irão trabalhar para grandes cargos em empresas, serem ricas e pertencerem à classe rica.

      A verdade é que... o verdadeiro povo português, lutará pelo próprio país, dentro do seu país e não fora dele. O verdadeiro português irá ficar para lutar contra as ditaduras e dinastias de reis e políticos que nos tentam roubar e controlar.
      Se houve uma coisa que o filme "As Linhas de Wellington" me ensinou, foi que o verdadeiro português, morreria à fome só para que o país não caí-se nas mãos dos franceses.
      E hoje, é mais fácil tratar mal, espezinhar só porque se pode e se acha no direito de tratar mal, do que lutar pelo desenvolvimento social e intelectual de um país que tem mais de 800 anos de história.

      Vamos andar sempre às turras uns com os outros, por causa da mania do riquismo, das modormias, do glamour e riqueza. Somos um povo hospitaleiro, mas a realidade é que somos muito bárbaros uns para com os outros.
      Onde crianças com 10/11 anos se suicidam, para dentro de um rio.

      Outra coisa interessante... é que a nossa taxa de analfabetismo, continua igual à mesma taxa que existia à coisa de 50/60 anos atrás. Por tanto, se há mais pessoas com o 12º e cursos universitários, parece que o respeito e a educação se perdem com o tempo. Ou se é "inteligente" ou se é simpático.

      Espero um dia não viver no país que prevejo dentro da minha cabeça.

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