domingo, 3 de fevereiro de 2013

O riquismo e a superioridade...


O riquismo em portugal e a superioridade dos filhos.
O individualismo.

O riquismo invadiu desde à muitos anos, a mente dos portugueses, afastando a razão e a capacidade de raciocino lógico do seus cérebros. Passam a vida preocupados com a riqueza. Com dinheiro, com estatuto, com cursos grandes e caros, com saídas profissionais de sonho, com empregos de prestigio, carros, casa, roupas... até uma saída às compras elas têm de ir bem vestidas e apresentáveis, não é por irem engatar alguém, mas para serem observadas. Para que todos as olhem e comentem o quão bonita e bonito está.
A mania do acharem-se importantes, de que por terem dinheiro são mais, de que por se vestirem melhor, ou serem "grandes" de onde quer que venham, significa que possam criticar desalmadamente quem não o é e quem não o tem.

Vi num blog, uma mãe apresentar fotos suas com a sua filha numa biblioteca, dando um ar mais superior e de intelectualidade às duas. Foi, teve e tem um propósito psicológico. Colocar-se acima dos outros. Mas algo que me "incomodou" ainda mais, foi o facto de apresentar as roupas da filha e as dela, como uma passagem de modelos de uma revista de roupas caras. Transformou e transforma a filha num brinquedo, num quadro que mostra a todos os que passam por ela, como se fosse a coisa mais incrível do mundo. Saíram à rua com as melhores roupas, porque se saírem com umas calças diferentes, já não lhes fica bem, e não combina... "com a mala chanel."
Querem tudo! Querem ter tudo e fazer tudo! Uma era de consumismo. Uma geração destruída e em declínio. Futuros "pais" que nunca souberam ser crianças, adultos, que nunca souberam aprender a crescer.

Nós que somos incapazes de ter limites, podemos desejá-los até mesmo suplicar que aconteçam, para que os políticos ganhem finalmente asas?
Escolher e já não submeter-se.
Ser finalmente livres. -- O síndrome Titanic
Querem ser mais do que os outros, dê por onde der! Querem subir mais alto, nem que para isso calquem e pisem quem estiver no caminho. É um riquismo por comodismo, por ganância, de ódio e inveja. Não têm amor, não têm respeito nem educação, apenas uma empatia criada pelos seus neurónios espelho. Preocupados com a moda e a publicidade. Com a partilha obsessiva do que não interessa à cultura psicológica de um conjunto de civilizações de filósofos, músicos e conquistadores. Uma destruição atrofiada e guiada pelos sonhos, pelo desejo de ser cantora, ser actriz e dançarina de hip-hop. Porque o entretenimento é importante, e a educação fica em segundo plano. E se não ficar em segundo plano, o tempo tratará de baixar o seu QI para o mesmo nível que tinham quando ainda andavam nos tomates do pai.
Porque ter acesso a informação não é o mesmo que se ser inteligente, e ser-se inteligente, não é sinónimo de "cultura geral". Porque ter um curso universitário não é diferente de um 12º ano. Talvez as experiências sejam diferentes, mas não a maneira como se estuda. Continua-se a estudar, e isso não é novidade nenhuma.
E se no entanto, não tiverem um curso universitário, continuam a crer ser gente com dinheiro, com riqueza e com paz no mundo. Querem um emprego "decente", "honesto", para não serem criticados. Porque o tabu destrói a reputação de uma pessoa, e elas não querem ser vistas como borralheiras de gatas, de caras feias.
Porque é mais importante ter um curso, do que saber usar o que aprendeu nele. Porque é mais importante ser-se universitário com boas notas, do que um universitário com qualidades profissionais. Porque é mais importante ter-se experiência, do que ter uma oportunidade para as poder ter.
Saber muito não é o mesmo que ser inteligente, e no entanto, é por pessoas se acharem confiantes demais daquilo que são e daquilo que querem da vida, e não na vida, que pessoas com "talento" se perde, como é o caso de um rapaz tenista de mesa que ficou em 2º lugar no mundo, e o português que bateu o record da maior onda surfada. Porque o que é estrangeiro é que é bom!!! Ainda assim, existe muito português povinho e português altês (da classe alta) que se acha no direito de se sentir mais só porque os papás têm. Calcam e não têm respeito.

Antigamente havia pobres e ricos, agora tudo quer ser rico.
-- Eu tenho um carro e tu tens uma carroça.
Hoje, é pior do que há 20 anos. Hoje, todos querem ser mais do que os outros. Querem ser melhores, ganhar mais, subir mais.
Como dizia um senhor na Sic em "Os Comentadores": Os portugueses são muito trabalhadores, mas não se dão bem. São invejosos, são sumiticos. São como macacos! Os macacos não trabalham em conjunto, porque são invejosos! Porque sabem que terão de partilhar aquilo que conseguem, com o outro, e preferem não ajudar, não trabalhar em conjunto, do que ter fruto partilhado por mãos alheias.

Querem luxo, sonham com glamour, com dinheiro, com poder económico e profissional. Sonham, mas não sabem criar. Sabem manipular as regras para proveito próprio. 

Li algo na internet, de que os filhos de pais ricos, quando não tiverem dinheiro, não saberão o que é trabalhar para o ter.
-- O meu filho tem que ser melhor do que o dos outros!
-- O meu filho tem que ser muito bom na escola!
-- O meu filho só pode vestir e comer do melhor!
-- O meu filho só vai aos melhores explicadores!
-- O meu filho só anda nas melhores escolas!
-- Só o meu filho pode ter o melhor médico da região!
-- O meu filho é o melhor! Só tem 4 e 5! É o melhor aluno!

O meu filho, o meu filho, o meu filho...
O teu filho deveria ter era educação e não regalias que não pode nem sabe valorizar!
O teu filho deveria descer do pedestal em que o colocas e o exiges estar, e experimentar andar pelo próprio pé, e a levantar-se das próprias quedas.
O teu filho... será um delinquente. Não um "delinquente" cerebral, mas um delinquente socialmente aceite mas demasiado orgulhoso daquilo que ele acha que é e tem, quando na realidade, é pior por dentro do que aparenta ser por fora.

No Jumbo em Aveiro, na secção dos livros, enquanto folheava atentamente um livro sobre o universo, vi uma mãe olhando para uns livros com o filho ao lado, não mais de 12-13 anos e lhe dizer:
-- Estes livros são interessantes para ti Afonso! Muito fixes para ti.
-- Tenho de encontrar enciclopédias apropriadas à idade dele.
PARA TI
Livros para ele? Interessantes para ele? Muito fixes!? E para ela? Já não tem idade para ler livros? Já não tem idade para se interessar por alguma coisa literária? Já não tem pachorra nem paciência para essas coisas? Já não tem idade para coisas "interessantes", porque as coisas "interessantes" são para garotos e não para adultos? Faz-me lembrar um reclame do continente, de uma mãe que tem na mão algumas peças de lego.

Vi à pouco um novo reclame do Continente, daquela senhora a quem fartam de lhe chamar o nome?
E surge uma cena de ela a falar com algumas peças de lego à frente dela, e o que me apercebi era de que ela era como muitas mães, uma marca, uma imagem de mãe muito comercializada, daquelas mães que oferecia coisas "fixes" e boas aos seus filhos, que era "rica", que tinha dinheiro e boa saúde, que "dava" amor, era atenciosa, "dedicada", preocupada e presente. No entanto, não sabia para que servia ou no que podia ser usado o lego. É uma mulher que não sabe brincar, que vê aquelas coisas pequenas como um brinquedo "complexo" que dá para fazer muita coisa na mão dos seus filhos, mas uma coisa muito morta nas suas. Apenas conhecia metade do objecto. Não se importava nem se preocupava com a sua funcionalidade.
Não tinha consciência da potencialidade do brinquedo. Era lego, ela sabia o nome, mas para ela seria só mais bonecada espalhada pelo chão. Não percebe, portanto, nada sobre o assunto quando se fala em brinquedos. Sabe o que é e para que servem, para entreter as crianças quando está mais ocupada, mas não quer nem se interessa por mais nada. 
Não estou a ser mau, estou a ser realista.
Os pais de hoje em dia não sabem brincar, não se interessam por fazer parte desse desenvolvimento nos seus filhos. Somos um país de pais ausentes no que toca a interagir com os seus filhos.
Os pais de hoje, acham que o brincar e os brinquedos da criança, são um mundo à parte da criança, que não compreendem nem querem compreender, para além de não quererem entrar ou interagir. -- Ainda não sei, mas caminho para lá...

Na verdade, este riquismo que existe na mente dos portugueses, tem vindo grande parte da américa, com o tão famoso "sonho americano". Porém, as suas raízes vêm no inicio da era industrial, na maquinização, da industrialização. Como tínhamos tanto dinheiro, por sermos um dos únicos povos com rotas comerciais que se espalhavam por todo o mundo e que iam mais longe, escusávamos de fazer roupas, carros, de plantar e colher, porque os outros faziam-nos por nós. Porque tínhamos dinheiro, e como devem saber, ele compra tudo. Para juntar à equação, quando começámos a receber dinheiro da União Europeia, que era considerado "fundo perdido", milhões de portugueses começaram a fingir empresas só para ficar com o dinheiro. Pois caso a empresa fosse à falência, não precisavam de restituir. E assim vivemos durante anos, até que vieram os políticos e nos endividaram  Quisemos até não poder mais! Queríamos dinheiro! Queríamos ser mais que os outros! Queríamos ter um carro melhor, uma casa maior, uma escola perfeita e comida de americanos.
Queríamos, queríamos, queríamos... até que se tornaram no que são hoje. Uma geração de velhos e adultos que lutam pelo ultimo e grande naco de carne. Porque ser-se rico significa prestigio, significa ter contactos, ter cunhas e favores. Se bem que eu não sei o que é que se faz com "prestígio" de riqueza.

E os favores? Serão assim tão relevantes? Cunhas? "Contactos"? Não será isso tudo algo a que chamamos, nós os pobres, de entre-ajuda!? Não é? Contactos? Porquê? Gostam de ter com quem conversar quando se sentem sós?
Se não conseguem lidar com a vossa própria solidão, a vossa própria tristeza e depressão, então isso significa que vocês, são apenas mais umas pessoas, que comem e cagam e não têm consciência  Não é por criticar, é por ser verdade. Não é por ser melhor, é por consciencializar, por olhar e ver, por saber utilizar o que sei, o que aprendo e o que teorizo, o que sonho e fantasio. Porque eu vejo o que os outros não querem ver, e isso incomoda-os... Incomoda-vos.

Para mim, é muito fácil "criticar", falar "mal", apontar o dedo a tudo e todos, e adoro quando as pessoas me criticam por criticar os outros. Significa que se sentiram ofendidas. Sentem-se incomodadas e acham que têm uma grande coisa para me dizer. Quando na realidade, estão a ser tão iguais como as que critico. Uma critica só para não estarem caladas. Uma critica só para ver se conseguem ficar por cima, com argumentos que deixam muito a desejar, sinceramente.
Pior ainda, não aceitam criticas. Mas olham-se ao espelho todos os dias, e são capazes de desenhar o maior monstro que já caminhou na terra. Ou, ainda pior, acharem que são as melhores do mundo, porque se sentem psicologicamente, com poder para fazer e ter tudo o que desejarem. Porque sabem que todos os seus desejos e caprichos são respondidos e saciados, sem precisarem de fazer qualquer esforço adicional para além do tirar do cartão de crédito ou de sorrirem.

Uma geração, para quem o "socialismo" é o melhor que podem ter na vida. Para quem as noitadas e a universidade é a coisa mais sexual e prazerosa que terão. Mas esquecem-se, de que para "serem bons pais", não é começar a pegar num livro, ou a preocuparem-se duas semanas antes de o fazerem. Tal como a lista de objectivos para o ano novo. A nova lista de objectivos...

O problema está, em as pessoas acharem-se pessoas, longe da evolução animal, e afirmam-no com grande convicção e certeza, que se esquecem que são muito piores que os animais.

Não me referindo necessariamente a tabus, as revistas (neste caso, refiro-me à Cosmopolitan porque foi a que tive acesso mais recentemente) falam muitas vezes em usar abordagens sexuais para manter um homem interessado ou, simplesmente, para perder as calorias extra para caber num tamanho "XS" e, agora, parafraseando: "Na manhã de domingo faz sexo duas vezes e "obriga" o teu namorado a prolongar as sessões, pelo menos, 30 minutos para perderes 350 calorias".
Assusta-me viver num mundo em que o sexo não é visto como algo natural, algo que vale por si e é complementar ao amor, não, parece que é uma simples moeda de troca, um meio para atingir um fim. Uma espécie de sacrifício para um bem maior. Brrr. 
Beatriz em Vamos falar de sexo (?)
Desfolhamos uma revista, e a única coisa que vemos é como perder peso, como se manter elegante, como atrair o homem ou a mulher certa. Parvoíces que não existiam na idade da pedra, e não foi por isso que deixámos de procriar.
A revoloução industrial estragou por completo um conjunto de gerações. O iluminismo e o Renacentismo, foram apenas épocas que se devem contar como lendas. Foram períodos da nossa história, dos europeus, que só devem ficar nos livros, que devem ser enfeitados, embelezados e não estudados e a ter como exemplo. Nem todo o progresso é positivo! Surviving Progress

Querem tudo, quer riqueza, os filhos têm de ser mais do que os outros, e falta uma coisa importante, a educação do indivíduo  Já nem falo do humano, porque crianças ensinadas assim nunca o serão, e sim, crescem com a marca da "besta" da deformidade cognitiva e intelectual. São robôs e não "mentes" únicas.

O consumismo e "é a leio do mais forte", dominam a nossa sociedade.
Porque vocês querem ser iguais aos outros, e acabam por ser é piores.
Porque querem ser importantes e não têm capacidade de argumentar.
Porque querem ser "livres", e não sabem o que é sê-lo do outro lado do mapa, na ponta das asas e no caminhar, no galopar forte e constante de um animal que vocês adoram admirar... num zoo.
Fecham tudo, para controlar. E o grande problema, é que são vocês os incontroláveis. Pessoas com problemas de auto-estima, que para se sentirem controladas, para sentirem que a vida é controlável, e por si só, confortável, controlam o mundo que vos parece "irreal". Controlam a natureza que não compreendem e não sabem sentir, ver e ouvir.

Vocês querem tudo, mas não sabem o que fazer com isso...

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