domingo, 30 de dezembro de 2012

Eu quero, posso e Compro!


Já quase toda agente conhece o anuncio de Natal do El Corte Inglês. Onde a esposa diz no final do reclame "Eu quero, posso, e Compro!", com uma convicção de mulher "guerreira". Transmitindo a mensagem de que é ela quem manda lá em casa, que é ela quem veste as calças, e tudo gere à volta da capacidade extraordinária de força e resistência que só as mulheres têm, que é o lidar com a casa, comida, festas, cabeleireiros, filhos, roupa, loiça, jantar, educação, etc etc. Uma imagem de 4 a 5 segundos, que demonstra o quão poderosas e "necessárias", importantes são as mulheres.
Bem, eu não acho que não o sejam, que não sejam necessárias e importantes. São-o. Mas cada vez mais vejo raparigas, já com os seus 18 aos 25,26 anos, que já não são mulheres. As novas mulheres desta geração, são os homens.
As mulheres deixaram de ser as que passavam a limpar a casa, a aspirar, a fazer as camas, a levar as crianças à escola e a fazer o comer. Deixaram de parte essas tarefas que dominavam "tão bem", e trocaram de lugar com os homens. O que eu defendo, é que deve ser uma coisa partilhada de igual modo, bem explicada para ambas as partes e não através de percentagens. Cada um tem o dever de ajudar no que quer que seja.
O que o anuncio do El Corte Inglês, entre muitos outros anúncios, livros "Fifty Shades of Grey", novelas "Gabriela", filmes e músicas têm demonstrado, ou transformado sem que ninguém se aperceba disso, é o facto de estarem a criar uma sociedade, a criar uma mentalização na sociedade, de que as mulheres devem mandar, que têm força para mandar, que mandam mais do que os homens. Que deixaram de ser elas a escolherem o melhor macho, e de que, segundo os anúncios e publicidades de moda, cosméticos e de dinheiro, devem usar tudo o que têm, para mostrar e fazer sobressair em si, tudo aquilo que têm de bom, e tornar o "mau" em algo incrivelmente irresistível para qualquer homem e invejoso para todas as mulheres. O homem tem sido colocado cada vez numa posição inferior à da mulher. Ele faz cada vez mais para agradar, e elas cada vez refilam mais com eles. Existem excepções, mas vê-se uma troca de papeis instintivos entre estes dois animais.

É verdade que a mulher continua a escolher o melhor macho, mas o macho tem de lutar e de fazer muito mais, é-lhe exigido cada vez mais, milhares de sucessos genéticos e intelectuais, monetários e sociais, que não o eram à séculos atrás. Em que era o homem quem tinha mais força, quem decidia e escolhia a rapariga com quem queria casar e procriar. A mulher, a única coisa que podia fazer para recusar, era afirmar que não amava o homem. O que eu volto a defender, não é o homem continuar por cima da mulher, a comandar, mas uma partilha dessas decisões. O que cada vez se vê menos.
"A maioria das pessoas dizem que querem 'paz', sem saberem realmente o que isso quer dizer. A paz não vai cair do céu; é um quebra-cabeças cujas peças são as nossas interacção diária uns com os outros e o planeta." -- "O Homem Sem Dinheiro" - Mark Boyle. 
A maioria das pessoas, homens e mulheres, dizem que querem uma pessoa que lhes dê atenção, carinho, confiança, força, que os ensinem, que chorem com eles, ou os ajudem ou lhes dêem força para enfrentar os seus medos. Desejam alguém que seja maduro, inteligente, com boas maneiras e uma excelente educação. Que saiba conversar e se interesse pelas suas conversas. No entanto... como diz o pequeno excerto acima, as coisas não caiem no céu, e podendo elas procurarem afincadamente por um homem ou mulher que lhes seja um parceiro de sonho, elas próprias, que exigem demais, que sonham alto e atiram os seus objectivos para o céu, que se agarram com força às suas fantasias sociais de parceiros sexuais e futuros pais e mães. Que choram à noite que os homens são todos uns parvos, ou as mulheres todas umas cabras, estão a criar e a desenvolver um problema psicológico próprio. Porque quem sabe detalhadamente aquilo que deseja para si, e aquilo ainda mais aquilo que não deseja, só irá atrair isso mesmo para si. Porquê? Porque são cegos.
Antes de namorar-mos com alguém, de amarmos alguém, temos primeiro de nos conhecermos-nos a nós próprios. Temos que saber aceitar quem somos, como somos, mas também sabermos-nos auto-recriar. Acima de tudo, saber re-escrever a nossa história por nós. Saber-mos crescer, educar, interagir e comunicar. Não com os outros, mas com nós mesmos.
Costumo e digo muitas vezes, que quanto mais conheço os outros, os outros que tanto critico ou lisonjeio  mais conheço de mim mesmo. Mais compreendo os meus gostos, as minhas atitudes. Mais consciente de mim tendo em ficar. Porque ao conhecer os sucessos e os fracassos dos outros, espelho-o em mim as mesmas opiniões. Um critico pode ser algo positivo ou algo muito mesquinho apenas e só por ser. Pode ser critico, mas dar uma solução, ou criticar só para não estar calado, não partilhando nada em concreto.

Volto a dizer. Não sou contra a mulher ter mais poder ou mais opinião, escolha e decisões  O que eu sou contra, é haver um grande fosso de amor e carinho entre o homem e a mulher. Um grande muro que separa o respeito, simpatia e educação.

Existem homens porcos, nojentos, interesseiros e cujo o único objectivo na vida, é ter a maior lista de mulheres que já comeram. Por incrível que pareça, as mulheres que são designados por seres inteligentes e sensíveis  escolhem precisamente os mais estúpidos, mais brutos, ignorantes e rufias, durante a sua adolescência. É algo que lhes é incutido pela sociedade, ou algo "instintivo"?
Vejo uma geração que se desleixa e e exige demais. Uma geração de gente nova a gente adulta que não possui consciência de si e do próprio mundo e sociedade. Tudo é um dado adquirido, e não se perguntam "Porquê? Como? Quando? Onde?". Deixam-se manipular pelas leis universais da publicidade e do elitismo eloquente que se vende em todas as esquinas. Abraçam o consumismo e as fantasias idealizadas em filmes, novelas, livros e cartazes publicitários. E emoções falsas e baratas. Tornam assim, uma geração que deveria ter muito para dar, em todos os niveis, como escreveu um dia Fernando Pessoa, para se tornarem num amontoado de carne e ossos sem qualquer valor psicológico e cognitivo para o mundo e para a sociedade.

As mulheres, são o maior e melhor espelho auto-critico que existe. São capazes de se derrotar por apenas uns 2 ou 3 quilos a mais. Lutam desenfreadamente para terem o melhor aspecto, para se manterem jovens, bem perfumadas e atraentes. Mas é algo estranho. Porque fazem-no para se sentirem "falsamente" bonitas aos seus olhos, que são o espelho da sociedade  e aos olhos dos homens, que rejeitam a toda à força. Querem apenas provocar e nada mais. Querem apenas mostrar-se, marcar uma posição e estabelecerem-se na sociedade, no "meio ambiente", como as mulheres mais desejadas e provocadoras. Vestem aquilo que tanto semeiam com tanta amargura. Falam mal das publicidades, qualquer tipo que envolva a "beleza" da mulher, ao ponto de odiarem. No entanto, usam e abusam dos "concelhos" e opiniões que lhes é tanto incutido.
Sim, as mulheres estão cada vez piores, no mau sentido. E o que me preocupa, é haver uma desvalorização ou corriqueirice do amor que elas tanto fantasiam, sonham, desejam e esmiúçam. Por incrível que pareça, tanto a mulher como o homem, estão cada vez a ficar mais estúpidos.

"Eu quero, posso e Compro!"
Sim, podes, mas será que isso te dá educação, te ensina, te ajuda, te faz consciencializar quem és e o que queres? Faz-te amadurecer? Ensina-te a re-escrever a tua história? Faz-te aprender com os erros e os fracassos, ou pelo contrário... obriga-te a atirá-los para trás das costas, porque "o que já passou, já passou", e o que interessa é o agora?
Porque ser-se, é diferente de saber ser-se.
Ser-se bonita, é diferente de saber ser-se bonita. E o saber ser-se bonita, abrange muita coisa... educação, respeito, carinho, amor, empatia, amizade.

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