quinta-feira, 8 de novembro de 2012

Hoje aprendi uma coisa...



Hoje aprendi uma coisa, e espero ainda me lembrar para a explicar. Lembrar-me para poder reaprender.
Hoje aprendi... não, não foi hoje, já foi à algum tempo, mas ressurgiu hoje em conversa.
Aquilo que penso quando olho para uma rapariga que me atrai, é o que ela me pode ensinar, o que eu posso aprender, o que tenho para dar e o que ela tem para oferecer. O que tenho de mais que os outros não tenham. Existirá respeito? Existirá conforto? Existirá desejo e vontade de crescer?
Hoje, e agora sim, hoje, uma ex-professora minha, atirou-me à mente um pensamento, uma opinião. Era novo quando namorei com as namoradas que tive e as coisas não correram bem. Era novo e inexperiente. Era um rapaz que ainda não sabia bem quem era, que não conhecia bem o mundo e como funcionava. Eu sei que estou a acrescentar algumas palavras e ideias, mas é assim que eu sou, gosto de "esmiuçar" bem as coisas. Explicar o que vejo e o que sinto.
Voltando ao assunto. Os erros que cometi, com os quais eu aprendi e cresci, fizeram-me ver as coisas de maneira diferente. De ver as relações de maneira diferente. Dou tanto de mim, dei tanto de mim, que na altura não conseguia perceber onde tinha errado. "Onde errei e não percebi?"
Como escrevi várias vezes por aqui, errei em tudo o que tinha para errar. Porque fazer coisas mal faz bem.
Não significa que seja uma coisa positiva, mas faz bem. Faz bem, ou é algo bom, se soubermos aprender com elas. Se soubermos compreender porque errámos, o que podemos corrigir. E isso faz de mim, falo por mim, uma pessoa melhor a cada passo. Cada caminhada de descoberta que dou, cresço, aprendo, torno-me num rapaz consciente E presente.

"Fizeste uma coisa terrível, mas não significa que sejas uma terrível pessoa." Greys Anatomy
"You did a terrible thing, it doesn't mean you're a terrible person.." — Miranda Bailey to Owen Hunt (Greys Anatomy Season 8 Episode 18)

Tudo o que fiz, como disse com toda a razão, foi o melhor que pude com aquilo que eu tinha e podia dar. E ninguém tem o direito de exigir de mim o que não posso dar. E eu "exigir" dos outros o que não podem ou não sabem dar. Olhando para trás, paras as duas relações, não tenho pena, nem choro nenhuma delas, talvez sinta saudades de certos gestos a que me habituei a ver, que me eram familiares. Mas... quando uma relação se torna dependência  como também já escrevi muita vez por aqui, deixa de ser relação, deixa de ser e haver amor, de haver desejo e paixão. Passa a ser um veneno.
Eu erro hoje, para aprender a ser melhor amanhã. Porque cair faz bem, mas saber levantar-se faz ainda melhor. Não faz melhor ao que fiz, faz melhor à pessoa que sou, que me torno. Acrescenta valor ao que já caminhei para trás. Valoriza as minhas derrotas.

Antigamente pensava que "mudar" de "hábitos" ou de "pensamento" era uma coisa que tinha de acontecer em qualquer coisa como dois dias, uma semana no máximo, mas percebi, com o tempo, que pode demorar meses, vários longos meses.
Num namoro... talvez nem seja eu o problema. Estarei a fugir de um problema que é meu? Ou a colocar também na mesa a incapacidade ou imaturidade da outra pessoa?
Existe uma diferença entre maturidade e liberdade. Uma diferença que às vezes se confunde. Porque eu posso ser livre de fazer o que me apetecer, mas não ter qualquer maturidade.

E eu não me considero um rapaz imaturo. O meu pai acha que sou uma pessoa fantástica e a minha mãe diz que sou muito boa pessoa. Mas dizem-no só porque são meus pais? Ou porque como adultos que são, como responsáveis e educadores que são, reconhecem potencialidades escondidas e até vivas numa pessoa que foi deixada por duas namoradas sem qualquer tipo de explicação plausível? Será que eles não vêm um "defeito" que existe em mim por me terem amor, ou não vêm qualquer problema com as minhas relações, porque realmente eles não acabaram por minha causa?
Escrevi em vários textos, que sabia porque é que me tinham deixado. Porque queriam um homem, um rapaz que lhes desse confiança e conforto. Mas tal como me disse a minha ex-professora, que tipo de homem é que elas queriam? Que confiança ou conforto estavam à espera? Era um rapaz, um jovem que estava a aprender a viver, que não trabalhava, que não tinha casa nem carro.
Ainda hoje aprendo, acresço, caio e levanto-me. Aquilo que não sou, sê-lo ei com o tempo.
Não fui eu quem perdeu, foste tu. Não sou eu quem perde, são vocês que não crescem nem querem crescer.
Desde o momento em que pude ter aquela bebé no meu colo e entrete-la da melhor maneira que sabia, percebi que tudo o que tinha feito de bom e de mau até àquele momento, tinha sido a melhor coisa. Naquele pequeno momento de epifania, percebi aquilo que tu e toda agente estava e está a perder.
Não é por ser calado e de poucos amigos que não tenho namorada, é por ser difícil de compreender que não criam conversas. Odeio gabar-me, ainda que me narcise bastante, mas sei bem que muitas raparigas ficam de olhos a brilhar por causa do meu cabelo ou dar barba, dos olhos ou da cara. Mas têm talvez o mesmo problema que eu... timidez.
Há uns dias um rapariga ficou quase dez segundos a olhar para mim, vincada, sem descolar, enquanto ligava o cabo de energia ao portátil. Sendo assim, a culpa de não ter namorada, de não conversarem comigo, não é uma culpa exclusivamente minha, porque conheço muita gente que é capaz de se apaixonar em menos de um mês, por um rapaz que julgam achar o rapaz "perfeito" ou "para toda a vida".
Odeio namoricos, e este pedaço de texto sirva talvez para mostrar a mim mesmo que eu não sou  assim tão péssima pessoa como acho e desenho de mim mesmo. Que não sou um grande e grave problema bicudo, mas sim um rapaz que aprende a fazer o que pode para resolver os problemas que surgem na sua vida.

Sinto-me a perder de mim mesmo... sinto-me um incompetente que já não se lembra de nada, que sente falta de sorrisos e amor. Perco-me a mim mesmo, revolto-me em mim mesmo. Torno tudo num grande turbilhão de pensamentos que me acabam por fazer esquecer da tanta coisa que sabia e que eu ainda sei.
Talvez seja só falta de criticar, de escrever sobre o mundo através dos meus olhos. Porque eu não tenho quais quer problemas, acho que os crio na minha cabeça, preocupo-me com tudo. Mas no fim... se não me preocupar, não avanço. Sou psicólogo de mim mesmo. Respondo às minhas próprias perguntas. Elevo-me quando mais preciso, e derroto-me quando é necessário. Porque não sou nem funciono como vocês. Se não existir dois campos, não existe personalidade, não existe visão nem sentido critico, não existem textos, nem emoções, não existem ideias, gostos, sonhos ou coragem.
Se não existirem extremos, não existe o Paulo.

Sem comentários:

Enviar um comentário