segunda-feira, 21 de maio de 2012

O funil da mente...


Na mente humana, a evolução da inteligência, da consciência, da maturidade, da capacidade de auto-reflexão, do auto-conhecimento, da auto-consciência, da educação, da aprendizagem; são como um funil.

Quando nascemos, começamos por um simples ponto negro muito pequeno. Que crescerá centímetros todos os dias e/ou semanas, até ao dia em que abrimos os olhos.
Quando começamos a crescer, a levar os brinquedos à boca, a saborear as texturas, as cores, os sons, o pequeno ponto negro cresce a uma velocidade tão rápida como a do próprio universo. Cresce para os lados e para cima, formando assim um funil.
E porquê um funil? Se eu explica-se as coisas com uma bola, ou um quadrado, não iriam compreender nem ver o que eu quero que compreendam e vejam.

Imaginem então, um funil, um cone se preferirem, com a base virada para cima. Imaginem da cor que quiserem e do tamanho que quiserem. Esse funil será o nosso ponto de partida.

Quando crescemos e tomamos consciência do espaço, dos amigos, dos pais, nomes, objectos. Quando nos conseguimos recordar do sabor do pão ou do leite da escola. E temos a gulosice de comer um grande bolo... adicionamos um pouco mais de altura ao nosso funil, à nossa experiência, à nossa inteligência. A tudo o que nos torna "únicos". Porem... existem crianças e adultos que crescem, e existem aqueles que pensam que crescem.

O que acontece aqueles que são fanáticos, que mais tarde ou mais cedo se fanatizam por alguma coisa, um pessoa, um objecto, uma música, uma ideia, não acrescentam nada ao seu funil. Não o aumentam.
Quando aprendemos alguma coisa, quando "abrimos os olhos", o funil cresce mais um bocadinho, tornando-se um funil ligeiramente maior. E se nos fizerem abrir os olhos bastantes vezes, consciencializarmos e aprendermos com os nossos erros, termos uma epifania ou um momento de reflexão extraordinário, o funil acrescenta mais uns centímetros. Imaginem que acrescenta linha após linha. São etapas que vocês ultrapassam na vossa vida.
Mas como referi acima, existem os que crescem, e os que acham que crescem. E a diferença entre essas duas pessoas, é que o funil do que realmente cresce, tem poucos cilindros, e os que pensam que crescem, tem centenas.

Um cilindro neste funil, são aqueles momentos em que não aprendemos nada, mas é sabido que o tempo não para e por isso, o funil tem de "crescer" com ele. O que acontece nesses casos, é que o topo do funil, a área mais larga, não se torna maior para os lados, mas para cima. É quase como um ciclo...
Se aprendermos alguma coisa pequenina, o funil cresce para os lados, ligeiramente, mas continua a crescer sempre direitinho a partir desse ponto.
Com aqueles que pensam que crescem... bem, a história é exactamente a mesma, mas o seu funil cresce devagar, muito lentamente. Pararam no tempo, arrecadaram novas memórias e experiências, mas não cresceram substancialmente. Aquilo que fizeram naquela semana/meses, não teve grande valor na fotografia. Não teve impacto na capacidade do seu cérebro. Não ganhou mais consciência, ficou "inalterado". O seu funil cresce, mas a forma do funil parece desaparecer.

Como já escrevi noutros textos, as pessoas quando chegarem à velhice irão ter a consciência que já deviam ter com 18 ou 20 anos de idade. O que aconteceu ao seu funil, foi que ele perdeu a sua forma, a sua imagem. Deixou de ser um funil para parecer um cilindro muito irregular. Continua a crescer para cima e para os lados, a uma velocidade tão lenta que parece não sofrer grandes alterações. Só na velhice conseguiram compreender ou consciencializarem-se do que deviam ter tido consciência.

O meu funil, tem uma forma regular, com algumas zonas cilíndricas.
Porém, tenho consciência de passo etapas na minha vida, pequenas e muito grandes. Tenho consciência de que aprendo, de que cresço. Ao contrário de muitas pessoas que pensam que crescem, que aprendem, que se tornam mais maduras. Mas não lhes acontece nada. O seu funil permanece mais ou menos semelhante a um cilindro. E a largura da minha base, aumenta de dia para dia, de semana para semana comparativamente ao funil de todos os outros que me rodeiam. Compreendo "agora", de que cheguei mais longe que muitos cientistas, ou filósofos. Mas não falo de todos, falo das suas "ideias", descobertas, consciência e percepção do mundo à sua volta. Vi filmes e estudos, sobre temas que já tinha abordado na minha mente, ao qual já me tinha perguntado e até respondido. Assuntos que não me eram novidade nenhuma quando todo o mundo os ouviu pela primeira vez.

O meu funil cresce, porque não está preso a nada, não se fanatiza, nem é fã, não se agarra a ideias, a filmes, a ídolos, a músicas, agarra-se a mim e cresce comigo, de pé. Lê e vê o que pode. Filtra a informação e guarda-a para mais tarde ser recordada como um fotografia envolta em emoções.
O meu funil, pode e é mais pequeno que algumas pessoas que conheço. Porém, o que deve ser levado também em conta, é outro a informação que possuo sobre determinado assunto. Pois a "cultura geral", é muito diversificada. Ainda assim... acredito que tenha bastante. Não cultura geral, mas conhecimentos, saber usar o que aprendo ou o que aprendi. Saber conjugar e ligar os pontos. É e continua a ser a falha de grande parte das pessoas que me rodeiam. Até na universidade, onde pensam que sabem muito, ou que são muito, e a sua mente é tão igual ao vizinho, que nem se apercebem.

Não! Eu quero ser único, ser eu. Quero ser mais. Quero chegar mais longe, dentro da minha mente, da minha consciência e compreensão. Ainda me falta "muito" para ver todo o quadro da minha própria mente, e da vida à minha volta, mas eu não paro. A minha mente? É uma obra em progresso. É um trabalho e um projecto inacabado do meu próprio Eu.
Até as ex-namoradas, que pensavam ter crescido, por terem "mudado", continuam na mesma. A pensar e a rirem-se na minha cara, repletas de felicidade e alegria, porque pensam que estão mais felizes. Porque pensam que crescerem, aprenderam e evoluíram. Que subiram os patamares da sua evolução em largos passos, quando na verdade... deram apenas um passo para a escada ao lado. Cresceram? Mas para os lados. Ao contrário de subirem 3 degraus, avançam um para o lado e sobem outro.
Falta-me ainda muito para crescer, e tenho consciência disso, mas onde eu estou neste momento parado, no patamar em que me encontro, subi mais escadas do que muitas mais pessoas que conheço ou conheci. Mais do que o meu pai, do que a minha mãe, do que o meu irmão, namoradas, e amigos.
Comparo-me de igual modo. Tanto pela idade, pela inteligência, pela capacidade de raciocínio. Mas devo admitir que não os ultrapassei, nem os pisei. Cresci para outros patamares que não o ser que eu sou.
Para patamares da maturidade, de consciência, de aprendizagem, de capacidade cognitiva, de força emocional. São como gráficos de barras.

Quando uma pessoa se senta e fanatiza. Se senta e idolatriza "tudo" e "qualquer coisa". Não cresce, apenas entra numa espiral infinita de conhecimentos "sem qualquer valor" sobre aquele assunto.
É carros, é músicos, é actores, é músicas, são ideias, opiniões, é futebol, é a socialização, a roupa, as marcas, os amigos.
Quem não sabe viver sem eles, não sabe o que é crescer nem aprender. Não tem maturidade. Perde-a nas tarefas da sua mente. Deixa de ser capaz de organizar as ideias. De dar mais importância ao que realmente a faz feliz, como ir às compras. É uma "doença", um estado de "deficiência" da sua aprendizagem. As pessoas deixam de ser humanos, para passarem a ser apenas pessoas. Fazer crescer um cilindro e não um funil.

Não. Continuo a afirmar que não sou melhor que toda agente, mas acredito que esteja a um nível bastante mais acima. No geral.

Não acrescentam nada ao seu cérebro. Não acrescentam nada de relevante e importante, que realmente pode fazer a diferença. Pensam que fazem crescer um funil com milhares de experiências, mas desconhecem  que nem tudo tem valor para a formação do seu individuo. Que não é o facto de passar a socializar, de ter valor académico, riqueza ou a possibilidade de terem tudo. De terem amigos e amigas. De terem as milhares de milhões de experiências que nunca antes tinham tido, que os vai fazer crescer, ganhar maturidade ou consciência. Em nada os ajuda, apenas os atrasa no seu crescimento. Apenas os atrasa no seu processo de se tornarem indivíduos. Porque na verdade o que se tornam... são pessoas, que se vendem a si e às suas mentes para a moda. Para o neuro-marketing. Para os conceitos de cérebro saudável.

As pessoas pensam que crescem, mas o que acontece na realidade, é um atraso da sua consciência e maturidade cerebral.

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